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Machaq Mara em Curitiba

sexta-feira, junho 18th, 2010

Car@s herman@s,

convidamos tod@s a comemorar o Machaq Mara, o ano novo andino, na próxima segunda-feira. Trata-se da maior festa dessa cultura, realizada no solstício de inverno. Simboliza o fim de um ciclo e o início de outro, tanto da terra quanto da vida como um todo.

Compartilharemos alimentos, música e alegria  – toda contribuição será bem-vinda.

Venha celebrar a vida e a cultura latinoamericana conosco!!

Segue o panfleto com maiores informações.

cartaz

Inti Raymi – solsístio de inverno em Buenos Aires

sábado, junho 27th, 2009

 Por Júlia Basso Driesen

Sábado, dia 21 de junho, ocorreu a grande comemoração do Solstício de Inverno, realizada por grupos de povos andinos e simpatizantes dos costumes e das causas indígenas. A festa foi documentada pelo Coletivo Soylocoporti – o documento final será produto da parceria estabelecida entre o coletivo e companheiros argentinos.

A comemoração do ano novo dos povos originários, Solstício de Inverno, representa a mudança de um ciclo da natureza em que a noite mais longa do ano encerra uma etapa, e a partir de então os dias vão se alargando. A festa mostra a cosmologia indígena, que trata o tempo de outra forma, e as relações interpessoais também.

Roda de sikuris (músicos tradicionais).

Roda de sikuris (músicos tradicionais).

O evento começou na noite de 21 de junho e se prolongou até a manhã seguinte. A noite é repleta de fogueiras para aquecer, esquentar a bebida e fazer a comida, partilhada por todos; há barracas para descanso e bandas de sikuris – grupos que tocam as quenas e os tambores – que se revezam em distintas rodas, cantando e dançando com a alegria da passagem do ano. Após os bailados dos sikuris, é o momento de cada roda fazer seus agradecimentos e pedidos para o novo ano que se inicia, realizando oferendas que são, então, levadas para uma grande fogueira comunitária. Todos se reúnem ao redor desta fogueira e alguns realizam discursos, cada um com um foco (político, espiritual, cultural etc) e esperam a vinda do sol. Ao amanhecer todos se voltam para o sol, erguem suas mãos como forma de captar a energia da vida, e reverenciam o grande Pai Sol.

Participantes do Inti Raymi se reúnem em volta da fogueria.

Participantes do Inti Raymi se reúnem em volta da fogueria.

Interessante perceber a comemoração do Inti Raymi em uma cidade como Buenos Aires, que não segue oficialmente o calendário mapuche. Esse evento proporciona a reflexão sobre a migração latino-americana (mais especificamente peruana e boliviana), e a situação dos migrantes residentes na metrópole.

O Soylocoporti esteve presente em todo o evento: pudemos participar dos rituais e conversar com indígenas – que discutem a situação dos migrantes em grandes centros, e também com não-indígenas – que lutam pela equalização dos direitos efetivos, e de melhores condições aos indígenas. Teremos como resultado final desta experiência um produto áudiovisual, fruto do trabalho com parceiros identificados na própria festa.

Os dias seguidos ao Inti Raymi foram dias de reflexão, discussão, organização e fechamento de parcerias entre os membros que participaram da comemoração e documentaram de alguma forma o evento.

No domingo assistimos os vídeos e conversamos muito sobre o que fazer com o material colhido durante a estada em Buenos Aires – o que a festa representou para cada um, as impressões e reflexões, qual linha de atuação seguir e quais possíveis colaboradores poderíamos buscar para um futuro trabalho.

Integrantes do Soylocoporti conversam com diretor da escola onde o Inti Raymi é celebrado.

Integrantes do Soylocoporti conversam com diretor da escola onde o Inti Raymi é celebrado.

Segunda-feira, nosso último dia na capital argentina, fomos primeiramente registrar o Inti Raymi realizado em uma escola municipal, que traz às crianças estudos de temas centrais sobre as questões dos povos originários (as histórias, as crenças, os costumes, a situação atual etc). Conversamos muito com o diretor, que colocou a importância do estudo de temas que fazem parte da realidade dos alunos, para que estes possam entender com mais clareza o que é ser latino-americano, e lidar com questões cotidianas com maior relativização e compreensão.

Celebração do Inti Raymi para crianças.

Celebração do Inti Raymi para crianças.

Após o Inti Raymi infantil, fomos à reunião com um dos representantes do coletivo COCOBO (Cordinadoria de la Colectividad Boliviana), responsável pela realização do Inti Raymi em Buenos Aires. Propomos o início de uma parceria entra as duas instituições, que se daria, primeiramente, a partir da produção audiovisual do material captado pelo coletivo Soylocoporti referente ao Solstício de Inverno, a ser editado e produzido por membros dos dois coletivos. A proposta foi aceita e a reunião bem sucedida, dando início a mais uma parceria latino-americana entre organizações que lutam por um mesmo fim, buscando fortalecer os laços de cooperação e solidariedade entre os países irmãos.

Encontros em Buenos Aires

sábado, junho 20th, 2009

 

Casa em que estamos alojados e antiga sede de distribuição da revista Hecho en Buenos Aires.

Casa em que estamos alojados e antiga sede de distribuição da revista Hecho en Buenos Aires.

Ontem, os membros do Soylocoporti Marco Antônio Konopacki, Gustavo Guedes de Castro e Júlia Basso Driessen, desembarcaram em Buenos Aires para cinco dias de atividades com outro companheiro do coletivo, Pablo Mardones. Nestes dias, pretendemos nos reunir com pessoas e centros culturais e participar de atividades promovidas por eles. A principal delas é o Inti Raymi, a comemoração do ano novo para as nações andinas. Este evento é organizado pelo coletivo COCOBO (Cordinadoria de la Colectividad Boliviana), frente que congrega diversas organizações de defesa dos direitos dos povos originários.

 

 

Cartazes incentivam a abstenção de voto - Buenos Aires.

Cartazes em Buenos Aires incentivam a abstenção de voto.

Estamos alojados na casa do Pablo, antiga sede da revista Hecho en Buenos Aires, veículo comunitário direcionado à população de rua da capital argentina. Na chegada, o que mais chamou a atenção é que a Argentina inteira está em processo eleitoral para as legislaturas  municipais, provinciais e federal. “O processo está sendo muito duro, pois os partidos de direita, assim como os de esquerda, estão tendo posições muito agressivas uns com os outros e o debate político está ficando em segundo plano”, afirma Pablo Mardones. Segundo ele, o conjunto dos movimentos sociais deve se abster do processo e está convocando a população a não votar, por conta do quadro em que se coloca a disputa.

 

Aproveitamos o resto do dia após a viagem para resolver algumas coisas pessoais (chegamos ontem às 17h na casa de Pablo) e hoje teremos uma agenda com dois coletivos culturais.