Exibição de lançamento da série de vídeos documentários «Relações de Fronteiras – Pontos Extremos» – Cinemateca de Curitiba 05 de Julho

O Soylocoporti convida para a exibição de lançamento dos vídeos documentários Relações de Fronteira – Pontos Extremos no dia 05 de julho, quinta-feira, às 20h na Cinemateca.

Saiba mais sobre o projeto:

Coletivo Soylocoporti atravessa o país para documentar a Cultura Indígena brasileira

Ponto de Cultura selecionado pelo Edital do Laboratório Cultura Viva fala sobre a produção de documentários no interior da Floresta Amazônica

Laboratório Cultura Viva

O Coletivo Soylocoporti, através do Pontão de Cultura Kuai Tema, foi um dos vinte Pontos de Cultura selecionados pelo Edital do Laboratório Cultura Viva para a produção de uma série de documentários que estarão disponíveis em 2012 na Revista Eletrônica Cultura Viva.

A série que o Coletivo está produzindo fala em geral sobre a cultura indígena e os povos da região Amazônica. “As histórias que iremos contar nesses documentários nos remetem ao homem e a sua origem segundo os povos da região, lendas e mitos que são recorrentes em diversos povos ao longo do rio Negro. Também acompanhamos o processo artesanal de feitio de objetos sagrados para o povo Tukano e os hábitos alimentares, desde o plantio até mesa da comunidade”, explicou Gustavo Castro, um dos associados do Coletivo Soylocoporti.


A integração latino americana é uma das lutas do Coletivo Soylocoporti, que trabalha com a promoção da autodeterminação dos povos latino-americanos por meio da difusão e valorização da cultura popular e da democratização da comunicação desde 2005.

A equipe, que tem sua sede no Paraná, percorreu milhares de quilômetros de distância para produzir os documentários. “Esse documentário desde o início se colocou como um grande desafio para nós, pois é um projeto ousado na medida que tivemos sair do sul do país, e chegar até a fronteira noroeste com a Colômbia, região de difícil acesso e isolada no coração da floresta Amazônica”, comentou Gustavo.

Pela aventura de gravar na Floresta Amazônica e a dificuldade na logística de transporte, o Coletivo Soylocoporti precisou lidar com muitas adversidades durante a produção do documentário. “Tivemos que reduzir a equipe de produção ao máximo em todas as etapas para que nosso orçamento não estourasse os custos operacionais do projeto e também lidar com as doenças endêmicas da região, como a Malária que atacou um membro de nossa equipe”, disse Gustavo.

Apesar das dificuldades, o Coletivo prosseguiu com muita energia na produção dos vídeos.”Durante as filmagens na comunidade indígena do Balaio, buscamos encantar nosso olhar para a cultura e a tradição de um povo que se encontra na transição entre o modo de vida indígena originário e o do homem branco. Em que a fusão de costumes já pode ser evidenciada”, comentou Gustavo.

Esta experiência com os povos indígenas surgiu como proposta associada ao Projeto Relações de Fronteiras – Pontos Extremos. “Em 2009 a Rede Povos da Floresta intermediou, junto com outras Instituições e órgãos do Governo Federal, debates sobre a implantação de cerca de trinta Pontos de Cultura Indígenas (PCI’s), na região amazônica”, informou Michele Torinelli, também associada ao Coletivo.

Álvaro Tukano, um dos principais fundadores da Federação das Organizações indígenas do Rio Negro e personagem guia deste documentário, tornou-se coordenador do PCI Centro Cultural Aldeia Balaio. “Ele vive estrategicamente em Brasília para reivindicar junto ao Ministério das Comunicações a implantação de 14 antenas Gesac na região de fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela. Este projeto é a investigação etnopoética sobre as relações entre os saberes tradicionais e as novas de formas de informação e comunicação impulsionadas pelos Pontos de Cultura nas linhas de fronteiras do Brasil com outros países da América Latina”, explicou Gilberto Manea, diretor do projeto.

“É importante discutir isso num documentário porque os indígenas precisam falar e nós precisamos escutar (não só o contrário), talvez assim descubramos o indígena que há em cada um de nós. Infelizmente os nativos do nosso continente são massacrados e marginalizados desde 1492. Queremos atuar para a mudança desse sinistro paradigma e valorizar as sabedorias dos povos tradicionais”, conclui Michele.

Avaliando o trabalho do Laboratório Cultura Viva, Gustavo dá um depoimento positivo. “É um grande prazer fazer parte de um projeto em que podemos intercambiar conhecimento e experiências com grupos de todo o Brasil.

Ele considera significativo trabalhar com o Lab Cultura Viva na produção desses documentários. “É importante para mostrar a força e o talento da rede de Pontos de Cultura do Brasil que, apesar de toda a adversidade proveniente das esferas ministeriais, segue se aglutinando e produzindo em efervescência. Depois a necessidade de mostrar um Brasil que, devido a sua proporção continental e sua diversidade, dificilmente consegue se conhecer em plenitude. Em nosso projeto mostraremos uma região longínqua, habitada por um povo que guarda conhecimento e hábitos que nos remetem à gênese humana”, diz Gustavo.

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