Associações culturais de Buenos Aires

Por Júlia Basso Driesen

Já é nosso segundo dia na cidade, o frio apaziguou e pudemos sair de casa sem temer tanto o vento gelado.

O amigo Diego, o qual também é nosso anfitriao, na distribuiçao do jornal Hecho en BsAs.

O amigo Diego, o qual também é nosso anfitriao, na distribuiçao do jornal Hecho en BsAs.

O dia foi bem produtivo, além de conhecermos vários bairros diferentes, suas ruas e seus aspectos peculiares, fomos, junto a Pablo, conhecer algumas das instituições em que ele trabalha.

A primeira parada foi na sede da revista Hecho en Buenos Aires. Ficamos todos impresionados com a dinâmica de funcionamento do veículo, pois não são simplesmente jornalistas, editores e fotógrafos que trabalham na redação, mas também, e principalmente, os vendedores da Hecho en Buenos Aires.

Escola de circo Trivenchi. Está com risco de fechamento pela autoridade municipal comandada pelo governador de direita Mauricio Macri.

Escola de circo Trivenchi. Está com risco de fechamento pela autoridade municipal comandada pelo governador de direita Mauricio Macri.

 

 

A revista se propõe a um trabalho de base junto aos vendedores, que são todos ambulantes (mas têm um cadastro oficial na revista para receber serviços de atenção). Eles ficam com a maior parte da renda da venda da revista – a Hecho en Buenos Aires custa 3 pesos argentinos e destes 2,10 pesos vão para o vendedor. Além disso, existe um calendário na sede, com os horários de aulas de inglês, espanhol, oficinas artísticas, dentre outros, oferecidas aos vendedores gratuitamente. Portanto, além de uma revista, trata-se de um projeto de transformacão social que visa a capacitação de atores marginalizados que vêem na Hecho uma possibilidade de subsistência e desenvolvimento pessoal através de arte, estudo e interação com companheiros que freqüentam o lugar. O interessante é que a Hecho en Buenos Aires é uma autêntica iniciativa de mídia livre, pois transcende o conceito da “especialidade” da comunicação para torná-la um instrumento de emancipação das pessoas envolvidas.

Associaçao Resplendor del Sur em oficina de dança chacarera.

Associaçao Resplendor del Sur em oficina de dança chacarera.

Saindo da sede da revista, caminhamos mais um tanto e entramos no galpão da Associação Resplendor del Sur. O local estava cheio de crianças, mulheres e homens em atividade –  trabalhando, lendo, costurando, conversando e correndo de um lado para o outro. A iniciativa atende cerca de 400 pessoas da comunidade, servindo almoço e disponibilizando aulas e oficinas durante o dia todo, além de contar com uma biblioteca. Todos foram muito amáveis conosco, tendo conversado, respondido às nossas perguntas e permitido que assistíssemos algumas oficinas oferecidas por voluntários.

Em seguida partimos novamente para casa, pois a noite já caía há tempos e precisávamos de uma boa dormida, já que o Inti Raymi nos aguarda.

Buenos Aires, 19 de junho de 2009.

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One Response to “Associações culturais de Buenos Aires”

  1. jesoel araujo disse:

    sou um vendedor da revista ocas e gostaria de entrar em gontato pois tenho alguns contos que gostria de publicar obrigado

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