Archive for 2011

A revista “Cultura – da universidade às ruas” está disponibilizada na rede!

sexta-feira, dezembro 16th, 2011

A revista “Cultura – da universidade às ruas” já está disponível online. Trata-se de uma produção do Coletivo Soylocoporti a partir da Comunicação Compartilhada do Festival de Cultura, realizado desde 2006 em Curitiba.

Confira: http://issuu.com/soylocoporti/docs/revistafestivalcompleta

Saiba mais: http://festivaldecultura.art.br/noticias/festival-de-cultura-ganha-documentario-e-revista/

III Conferência Municipal de Cultura: para o governo federal ver

segunda-feira, dezembro 12th, 2011

Com formato que não favorece o debate das políticas municipais de cultura, conferência será realizada no final do ano para cumprir tabela. Movimento Pró-Conselho de Cultura do Paraná convida para Conferência Livre preparatória.

Só pela data em que ocorrerá, 17 e 18 de dezembro, a III Conferência Municipal de Cultura de Curitiba já poderia ser questionada. Mas há outros agravantes: os eixos de discussão propostos são focados nos produtos, esvaziando o debate político; participantes não-inscritos não têm direito a voz; e o relato da II edição da Conferência, realizada em 2009, não consta entre os textos de apoio disponibilizados pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) na página eletrônica do evento, e o mais grave, o documento não existia até então em nenhum outro espaço virtual.

A realização de conferências municipais a cada dois anos é prerrogativa para que o município faça parte do Sistema Nacional de Cultura – e receba verbas do governo federal. Esse parece ser o único motivo que leva a FCC a realizar a Conferência, sendo o debate político aparentemente uma pedra no sapato a ser evitada ao máximo pela Fundação. Pelos eixos propostos, dá para perceber o quão difícil será discutir políticas públicas de fato – eles são voltados para os produtos, de maneira tecnicista, de modo a blindar o debate político.

Inscreva-se e informe-se sobre a III Conferência Municipal de Cultura de Curitibahttp://cmc2011.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/, e participe da Conferência Livre, quinta-feira (15) às 18h30 na rua Visconde de Nácar 1388, conjunto 12.

Diretrizes temáticas

Os eixos estabelecidos para essa Conferência são: I) Patrimônio Cultural e Natural; II) Design e Serviços Criativos; III) Artes Visuais e Artesanato; IV) Livros e Periódicos; V) Audiovisual e Mídias Interativas; e VI) Espetáculos e Celebrações. Agora compare com os eixos da Conferência anterior, que aderiu às sugestões nacionais: I) Produção Simbólica e Diversidade Cultural; II) Cultura, Cidade e Cidadania; III) Cultura e Desenvolvimento Sustentável; IV) Cultura e Economia Criativa; e V) Gestão e Institucionalidade da Cultura. A partir dos eixos de 2009, conseguimos construir propostas e travar o debate. Aparentemente, isso não é desejável – ao menos é o que as escolhas dos temas dessa conferência dão a entender.

Contraditoriamente, dois dos objetivos da III Conferência Municipal de Cultura de Curitiba, que constam no regimento, são:

I – Discutir a cultura com ênfase na construção de políticas transversais em nível local, regional e nacional, nos seus aspectos da memória, de produção simbólica, da gestão, da participação social e da plena cidadania;

VIII – Apresentar sugestões para a elaboração, implementação e acompanhamento do Plano Municipal de Cultura e recomendar metodologias de participação, diretrizes e conceitos para subsidiar a sua elaboração.

Voz ao povo

Na conferência passada, o regulamento não previa poder der voz aos participantes, somente por escrito. Por pressão do setor não-governamental, conseguimos reverter esse item do regimento na aprovação do mesmo, primeira etapa dos trabalhos da conferência. Esse ano o regimento prevê poder de voz e voto aos participantes, contudo os não-inscritos não têm poder a voz. Por quê? Qual a justificativa para negar a um cidadão, qualquer que seja, o direito de emitir sua opinião num espaço de construção de políticas públicas?

Sem memória

Outro ponto complicado é que entre os documentos de referência do evento, não está o relato da II Conferência Municipal de Cultura, realizada em 2009. Aliás, ele não está em nenhum lugar na internet, nem no site da FCC. Sorte que Yuki Dói, do Fórum de Dança de Curitiba, conseguiu uma cópia física como membro suplente do Conselho Municipal de Cultura, a qual escaneamos e disponibilizamos – http://issuu.com/soylocoporti/docs/conferencia_munic_2009_relatorio. Isso desvaloriza o trabalho da própria FCC, assim como o sentido da Conferência. Ou trata-se de um descuido imenso com a memória pública ou de fato não há interesse em dar continuidade, em aprofundar a construção coletiva.

Encontro preparatório

Em 2009, no processo de preparação da II Conferência, surgiu o Movimento Pró-Conselho de Cultura do Paraná, que aglutina entidades não-governamentais em prol da democratização da cultura. O Movimento atuou na II Conferência, de modo a apresentar propostas elaboradas conjuntamente que representem pontos de vista que não os da FCC – sendo que um dos principais elementos do exercício da democracia é a manifestação da pluralidade e o confronto de ideias.

Por isso, convidamos a debater e elaborar propostas coletivas – com apenas 20 pessoas, a reunião já passa a ser considerada Conferência Livre, e assim poderemos enviar propostas diretamente para a Conferências Municipal. Participe!

Conferência Livre de Cultura de Curitiba

15/12 às 18h30 (2a chamada – 19h)
Rua Visconde de Nácar, 1388 conjunto 12

Realização:
Movimento Pró-Conselho de Cultura do Paraná
Associação dos Compositores
Coletivo Soylocoporti
Fórum de Dança de Curitiba
Secretaria de Cultura PT-PR

Apoio: Membros dos Colegiados Setoriais e do CNPC de Música, Dança, Teatro, Culturas Populares, Artes Visuais e Literatura.

Festival de Cultura ganha documentário e revista a partir de Comunicação Compartilhada

sexta-feira, dezembro 9th, 2011

O Coletivo Soylocoporti lança o documentário e a revista Cultura – da universidade às ruas, que contam a história dos cinco anos do Festival de Cultura sob diferentes perspectivas

A partir de um acervo colaborativo de fotos, textos e material audiovisual, o Coletivo Soylocoporti produziu a revista e o documentário Cultura – da universidade às ruas”. O evento de lançamento ocorrerá na quarta-feira (14) no Centro de Criatividade do Parque São Lourenço, a partir das 18h, com finalização prevista para as 22h.

A iniciativa conta com o apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – além da exibição do documentário, haverá coquetel e show com as bandas Urbit e Juruá. A revista será distribuída gratuitamente.

O acervo trabalhado abarca materiais dos cinco anos de Festival – de 2006 a 2010. A cobertura colaborativa é viabilizada por meio da Comunicação Compartilhada, uma prática inspirada nas ações de comunicação do Fórum Social Mundial que busca outras formas de se produzir comunicação, com motivos alheios ao mercado, voltada ao interesse público e ao exercício do direito à comunicação.

O documentário foi produzido a partir de 35 horas de gravação, feitas por 15 colaboradores”, conta Gustavo Castro, editor do produto audiovisual. Inclusive no dia do evento todos estão convidados a cobrir em diferentes formatos e postar no blog da Comunicação Compartilhada – e quem sabe fazer parte de um próximo produto do Festival.

Comunicação Compartilhada

Comunicação Compartilhada durante o Festival de Cultura de 2009. Imagem: Michele Torinelli.

Dentro da perspectiva de um Festival plural e diverso, nada mais adequado que pensar a comunicação também de modo multifacetado. Partindo das experiências de comunicação compartilhada realizadas nos Fóruns Sociais Mundiais e após uma oficina de formação com Rita Freire, da Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada, iniciou-se em 2009 um processo de formação de equipe e de método de trabalho.

Jornalistas, Pontos de Cultura, video-makers, fotógrafos, estudantes e interessados em produzir conteúdo midiático sobre as atividades do Festival foram chamados para contribuir. Mesmo durante o evento seguiu-se distribuindo panfletos chamando as pessoas para fazerem parte da cobertura. A proposta era participar do Festival não apenas assistindo às apresentações, mas contribuindo para o registro das atividades a partir do olhar de cada um.

O resultado foi a produção, durante os quatro dias do Festival de 2009, de cerca de trinta textos, vinte vídeos e mais de três mil fotos. Muito mais foi feito em 2010, e a produção da revista e do documentário “Cultura – da universidade às ruas” vem para consolidar a Comunicação Compartilhada do Festival e contar essa história, de modo que permita cada vez mais o diálogo e a expressão de diferentes pontos de vista.

Festival de Cultura

Organização do Festival de Cultura 2006 junto com a banda Mundo Livre S/A. Imagem: Acervo Soylocoporti.

Há seis anos, alguns diretórios acadêmicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) pensaram em se reunir e produzir um encontro cultural. “Ainda não tínhamos uma estratégia clara do que queríamos com tudo aquilo, um Festival de Cultura que reunisse estudantes de todos os cursos da UFPR. Mas tínhamos a certeza de que era com movimento e cultura que transformaríamos a visão do Movimento Estudantil, aglutinando gente, bagunçando os pré-conceitos, causando uma aparente desordem, mas com muita organização”, conta João Paulo Mehl, do Coletivo Soylocopori, na época do Centro Acadêmico de Administração (CEAD).

Foram reuniões, conversas, correrias, shows, oficinas, debates e improvisos – tudo regado a muita disposição e construção coletiva. De 2006 a 2008, o Festival evoluiu junto com seus organizadores e participantes. “Nos unindo numa aglutinação de estudantes de várias áreas e tendências, deixando as diferenças de lado, foi possível construir algo novo e adentrar em terras nunca antes exploradas por aquela geração universitária, que foi somando ideias e abrindo portas”, lembra Angélica Varejão, também do Soylocoporti, e que fazia parte do movimento estudantil da UFPR. A iniciativa reuniu, além de Diretório e Centros Acadêmicos, entusiastas da cultura popular e alternativa, contando com apresentações culturais, debates, oficinas e exposições.

Tenda da Cura na reitoria da UFPR. Imagem: Ivan Gama.

Em 2009, o Festival ultrapassou os muros da universidade e ocupou espaços públicos no centro de Curitiba, impulsionado pelo Pontão de Cultura Kuai Tema, iniciativa do Soylocoporti junto ao Ministério da Cultura (MinC). Nesse anos, a organização do Festival decidiu descentralizá-lo ainda mais, enfrentando mais desafios. Para além da parceria consolidada com a universidade, contou-se com o apoio do MinC e da Prefeitura de Curitiba, e os Pontos de Cultura*paranaenses somaram-se aos participantes dos outros anos.

*Pontos de Cultura são entidades reconhecidas e apoiadas financeira e institucionalmente pelo MinC que desenvolvem ações de impacto sociocultural em suas comunidades. Os Pontos são a principal ação do Programa Cultura Viva, iniciativa do Ministério da Cultura (MinC), concebido como uma rede orgânica de criação e gestão cultural. (fonte: Ministério da Cultura)

Amadurecimento

Uma barreira foi ultrapassada quando o Festival ampliou sua atuação da universidade às ruas – e o quinto Festival manteve essa proposta. Com o tema Unidade em Movimento, o objetivo dessa edição foi promover a reflexão sobre os motivos que unem os agentes da cultura popular e alternativa, assim como integrar suas perspectivas e ações. “Com menos apoio – devido à desarticulação do programa Cultura Viva por parte do MinC e o consequente estado de espera gerado no Pontão Kuai Tema (assim como em toda a rede de Pontos) – o Festival de 2010 foi feito na raça, de forma totalmente voluntária e colaborativa”, explica Michele Torinelli, do Soylocoporti.

Vale destacar que, em todas suas edições, as atividades do Festival na Universidade, nas praças e ruas de Curitiba são disponibilizadas gratuitamente para a população – sejam oficinas, debates, exposições, mostras ou apresentações culturais. Em 2009, foram mais de 130 atividades gratuitas, realizadas em locais públicos.

História

Teatro em praça pública. Imagem: Lisa Correa.

São milhares de pessoas que ao longo desses cinco anos dialogaram, desenvolveram seu olhar, mostraram sua cultura, expandiram sua arte. Centenas de pessoas que passaram pela organização do Festival, e descobriram como criar a ponte entre o ideal e o real. É um amadurecimento que aglutina universidade, estudantes, coletivos, movimentos e agentes da cultura popular. Que cria a ponte entre diversos setores da sociedade, oferecendo atividades gratuitas à população – mais de 15 mil pessoas foram atingidas ao longo desses cinco anos de Festival.

Em 2011 a organização do Festival optou por resgatar o acervo desses cinco anos produzindo um documentário e uma revista sobre o Festival de Cultura. Outra medida adotada é a formação de um Comitê Organizador permanente, que já tem se reunido e planejado o Festival de Cultura 2012, com o objetivo de profissionalizá-lo e torná-lo perene.


Serviço

Lançamento da revista e do documentário “Cultura – da universidade às ruas”

14 de dezembro (quarta-feira)

Centro de Criatividade do Parque São Lourenço (rua Mateus Leme s/n)

18h às 22h


Teaser da revista “Cultura – da universidade às ruas”: issuu.com/soylocoporti/docs/revista_teaser

Blog da Comunicação Compartilhada do Festival de Cultura: cc.nosdarede.org.br

Festival de Cultura – festivaldecultura.art.br

Coleitivo Soylocoporti – soylocoporti.org.br


Contatos

Michele Torinelli – 41 3092 0463

Editora da revista “Cultura – da universidade às ruas”

[email protected]

Gustavo Castro – 41 9622 7997

Editor do documentário “Cultura – da universidade às ruas”

[email protected]

14.12 – Lançamento da revista e do documentário “Cultura – da universidade às ruas”

quinta-feira, dezembro 1st, 2011

No dia 14 de dezembro, quarta-feira, você poderá conferir os 5 anos de história do Festival de Cultura. Venha celebrar com a gente, buscar seu exemplar da revista e assistir ao documentário “Cultura – da universidade às ruas”!

Sinta o gostinho da revista aqui.

Ato público em defesa do orçamento da Cultura – 23.11 – Brasília

quarta-feira, novembro 16th, 2011

Fórum da Internet começa em São Paulo

quinta-feira, outubro 13th, 2011

Com apenas uma mulher entre 14 convidados à mesa,  I Fórum da Internet no Brasil começa com histórico da apropriação da rede e alertas em defesa da banda larga como um direito

Por Rita Freire e Michele Torinelli, para a Ciranda

 

A tecnologia ainda é entendida como um domínio masculino, mesmo quando se trata do fenômeno mais sintonizado com as transformações atuais da sociedade e parte das causas dessas mudanças: a Internet.

Um sintoma é a composição da mesa que abriu, nesta manhã, o Fórum da Internet no Brasil, com apenas uma mulher – a deputada Manuela D’Avila – entre 14 convidados à mesa de abertura do evento, organizado pelo CGI.br, Comitê Gestor da Internet no Brasil, para debater os rumos e a gestão da rede.

O encontrou que atraiu participantes dos vários cantos do país ao Expo Center Norte, para dois dias de debate (13 e 14), foi aberto pelo diretor presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) Demi Getchko, que fez uma retrospectiva da história e de fenômenos relacionados com a rede no país. Apontou, por exemplo, que os códigos abertos, que asseguram liberdades tecnológicas na rede, só existem por causa da Internet, e na verdade os dois foram criados juntos, são interligados.

Um aspecto interessante do desenvolvimento da Internet no Brasil foi o modo como a rede foi apropriada, que mostra um protagonismo importante da sociedade civil organizada. Se a primeira leva de usuários ocorreu dentro da academia, como ferramenta de apoio ao intercâmbio da produção científica, a segunda e grande leva se deu no momento de intercambiar debates das organizações e movimentos sociais envolvidos com a construção da conferência paralela à Conferência do Meio Ambiente da ONU, Eco 92, que em 2012 completará 20 anos com uma nova conferência no Rio. Só então viria a leva de apropriação pelos setores governamentais e, depois, pela sociedade civil em geral.

Os debates hoje sobre o uso e regulação da rede colocam em questão as liberdades dos usuários e, segundo Demi Getchko, é preciso entender que controle é diferente de segurança. As ferramentas podem ser utilizadas para esclarecer crimes, mas não devem ser usadas para controle dos usuários.

Para o segundo conselheiro a falar, Sérgio Amadeu, a internet deve ser considerada um direito humano. A rede veio mudar o ecossistema da comunicação, em que era difícil falar pelos meios tradicionais, e que foi subvertido.”Todos podem publicar sem pedir autorização para ninguém. E essa cultura da liberdade, que está acima da cultura da permissão, é fundamental para o conhecimento científico”, defende.

Mas segundo Amadeu, quem chegou à rede depois acha que isso deve ser mudado. A Internet está sob ataque no mundo inteiro. “Não podemos permitir que sejam criadas legislações que cerceiem a interatividade por meio do controle”, alertou. É preciso, segundo ele, encontrar o equilíbrio entre liberdade, interatividade e segurança.

A falta de acesso à banda larga no Brasil, uma das mais caras do mundo e que não chega aos extremos do território nacional, é o grande entrave para assegurar a Internet como um direito. “Precisamos diminuir o custo Brasil de comunicação”, disse Sérgio Amadeu, fazendo um apelo pela difusão da campanha “Banda Larga é Um Direito Seu”.

A disputa pelo Plano Nacional de Banda Larga, alvo da campanha, também foi apontada como estratégica pela deputada Manuela D’Avila, ao afirmar que os rumos da internet não pode ser assunto para poucos. “Queremos uma comunicação que quebre o fluxo unilateral dos meios de comunicação de massa”, defende. Segundo ela, trata-se da diferença entre se ter uma comunicação de poucos para muitos ou de muitos para muitos. Como única mulher palestrante, Manuela lembrou que a reduzida representação na mesa não reflete o que acontece na rede, onde as mulheres têm presença de peso como usuárias e defensoras da democratização da comunicação.

Visita do MinC articula realização das Teias Paraná e Sul e adesão ao Sistema Nacional de Cultura

quarta-feira, julho 13th, 2011

Representantes da Regional Sul do MinC estiveram no Paraná para articular a realização de encontros dos Pontos de Cultura e a adesão do estado e de municípios ao Sistema Nacional de Cultura

Por Michele Torinelli


Encontro na Seec discute realização das Teias e adesão do Paraná ao Sistema Nacional de Cultura

Na segunda-feira (11) Eleonora Spinato e Carla Ribeiro, representantes da Regional Sul do Ministério da Cultura (MinC), se reuniram em Curitiba com gestores públicos e integrantes da Rede Paranaense de Pontos de Cultura. A agenda iniciou pela manhã na Secretaria de Estado da Cultura (Seec), onde discutiu-se a viabilidade de realizar a Teia estadual (2011) e a Teia Sul (2012) no Paraná e a adesão do estado ao Sistema Nacional de Cultura.

Teia

As Teias são encontros da rede de Pontos de Cultura que viabilizam sua integração, fomentando a discussão das políticas públicas de cultura, a troca de experiências e as manifestações culturais. “A expectativa é que a Teia Paraná receba 100 ponteiros e a Teia Sul 300”, informa Érico Massoli, representante do Paraná na Comissão Nacional dos Pontos de Cultura e integrante do Pontão de Cultura Kuai Tema.

Massoli enfatizou a importância de a Seec inserir em seu orçamento para o próximo ano rubrica para o Programa Mais Cultura e para a Teia Sul, que deve ser realizada no primeiro semestre de 2012. “Vale lembrar que devido a transição nos governos estadual e federal a Teia Sul, prevista para ocorrer em julho de 2011 em Curitiba, teve que ser postergada, mesmo após a mobilização estadual com reuniões e elaboração de projeto, pré-reserva de equipamentos públicos etc”, aponta.

Na terça-feira (12) as representantes do MinC seguiram para Foz do Iguaçu, onde deve ocorrer a Teia Paraná no final do ano. Já o local de realização da Teia Sul ficou em aberto. “Teremos que ver o orçamento e avaliar o que é possível fazer”, ponderou Renata Mele, chefe de gabinete da Seec. A Regional Sul se colocou como parceira para colaborar nesses encontros. “A ideia é dividir a responsabilidade entre os poderes”, indicou Carla Ribeiro.

A próxima reunião ficou marcada para 30 de agosto, novamente na Seec. Também estiveram presentes Regina Iorio e Tatjane Garcia, da Seec; Rosana Rodrigues, da Fundação Cultural de Curitiba; e Bruno Mancuso, do Ponto de Cultura Minha Vila Filmo Eu.

Sistema Nacional de Cultura: adesão do Paraná e municípios

Outro ponto de discussão foi o conveniamento do Paraná ao Sistema Nacional de Cultura. Seu principal objetivo é fortalecer institucionalmente as políticas culturais da União, estados e municípios, com a participação da sociedade . Os estados e municípios que aderirem receberão verba do governo federal, mas para isso é necessário implementar sistemas estaduais e municipais, o que requer a criação de conselho de políticas culturais, plano de cultura, fundo e lei de incentivo, entre outras instâncias que compõem o sistema.

Segundo Mancuso, os investimentos de verba pública, seja sua origem qual for, devem estar necessariamente submetidos ao controle social, ou seja, submetidos à sociedade civil que, de maneira organizada deve ter poder de voto e veto em relação aos planos de como este dinheiro deve ser gasto. “A maneira organizada para tal controle do dinheiro público a ser investido na cultura já existe, está indicada nos manuais confeccionados pelo Ministério da Cultura para a implementação do Sistema Nacional de Cultura, e coloca a necessidade da criação de sistemas de cultura em cada uma das instâncias federativas”, indica.

A Seec já manifestou a intenção de realizar o convênio, contudo ainda não implementou o sistema estadual. Foi apresentada a proposta do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice) e o anteprojeto de lei do Conselho Estadual de Política Cultural, que está aberto a contribuições.

Spinato lembrou que o convênio com a União precisa ser assinado até o final do ano, para consolidar o compromisso com o poder público federal de construção de sistemas estaduais ou municipais, mas não é necessário que todas as instâncias do sistema atendam ao mesmo prazo. “O Paraná é o único estado da federação que não aderiu ao Sistema; por conta disso não receberá nenhum recurso vinculado ao sistema nacional, o que anula qualquer possibilidade de edital estadual dos Pontos de Cultura”, alerta Massoli.

Jornada de agroecologia nas ruas de Londrina

sexta-feira, junho 24th, 2011

Por Michele Torinelli

Marcha de abertura da X Jornada de Agroecologia

Londrina, 22 de junho de 2011

Confira a cobertura da Jornada aqui.

Sincronizada com o restante do país, Curitiba realiza Marcha da Liberdade no sábado (18)

quinta-feira, junho 16th, 2011

A exemplo de outras 30 cidades espalhadas por 19 estados do Brasil, Curitiba vai realizar no próximo sábado (18), a Marcha da Liberdade.

Inicialmente com concentração prevista na Praça Santos Andrade, a Marcha teve seu roteiro alterado no decorrer da semana. A manifestação agora sairá da Praça Rui Barbosa e será concluída no Centro Cívico. O horário, 11 horas, está mantido.

A alteração foi feita a pedido da Prefeitura de Curitiba, no intuito de evitar o encontro da Marcha com outra manifestação, de cunho religioso, agendada junto às autoridades com maior antecedência.

Até agora, quase 1,8 mil pessoas já confirmaram presença na Marcha da Liberdade de Curitiba, através do Facebook. A comissão organizadora, que já tem a adesão de 45 entidades (veja mais no site www.marchadaliberdadecwb.com.br), espera um público de cerca de 2,5 mil pessoas.

Histórico e reivindicações

A Marcha da Liberdade é um movimento apartidário que defende os princípios constitucionais da liberdade de expressão e do direito à livre manifestação, sem que a população, por conta disso, seja vítima do aparato repressor do Estado.

Ela aconteceu pela primeira vez em São Paulo, no dia 28 de maio, uma semana depois de a Polícia Militar ter reprimido duramente uma manifestação pró-legalização da maconha. No mesmo dia 28 foi convocada a Marcha nacional, que acontece no sábado.

Em Curitiba, a manifestação vai aglutinar grupos de defesa dos direitos das minorias, sindicatos, artistas, partidos políticos, entre outros. “Nossa luta está em consonância com a ebulição dos movimentos cidadãos ao redor do mundo. Nossa mensagem é que as ditaduras, e seus disfarçes democráticos, não nos bastam. Defendemos nosso direito de refletir, debater, manifestar e agir!”, diz trecho do manifesto lançado pelo grupo.

“Contamos com as pernas e braços dos que se movimentam, com as vozes dos que não consentem. Ligas, correntes, grupos de teatro, dança, coletivos, povos da floresta, grafiteiros, operários, hackers, feministas, bombeiros, maltrapilhos e afins. Associações de bairros, ONGs, partidos, anarcos, blocos, homossexuais, bandos e bandas. Todos os que condenam a impunidade, que não suportam a violência policial repressiva, o conservadorismo e o autoritarismo do judiciário e do Estado”, continua o texto.

Todos que comparecerem à manifestação estão convidados, pela comissão organizadora, a levarem suas reivindicações, bandeiras, cartazes. Fotos e filmagens feitas pelo público serão posteriormente reunidas pela comissão e divulgadas na rede.

STF decide pela constitucionalidade da Marcha da Maconha

A repressão à Marcha da Maconha em São Paulo e sua proibição em outras capitais do país (sob a alegação de apologia ao crime) acabou também acelerando a tramitação do processo que avaliava sua legalidade no Supremo Tribunal Federal. O STF decidiu por unanimidade (oito votos a zero), na quarta-feira (15), pela constitucionalidade da Marcha da Maconha e de qualquer outra manifestação popular, desde que feita de forma pacífica.

“A polícia não tem o direito de intervir em manifestações pacíficas. Apenas vigiá-las para até mesmo garantir sua realização. Longe dos abusos que têm sido impetrados, e os fatos são notórios, a polícia deve adotar medidas de proteção”, disse o ministro Celso de Mello, relator do processo, em seu voto.

Mais informações:

Site: www.marchadaliberdadecwb.com.br

Twitter: liberdadecwb

Manifesto da #marchadaliberdadecwb

sábado, junho 11th, 2011

Veja mais aqui: http://marchadaliberdadecwb.com.br/


Convite a marchar pela Liberdade!

Prisões, tiros, bombas, estilhaços, assassinatos. Por todo o país, protestos legítimos estão sendo reprimidos com ataques violentos da força policial. Querem nos calar.

Avenida Paulista, 21 de maio de 2011: Marcha da Maconha. A história se repete. A tropa de choque, sob os olhos do governo e da mídia, avança sem piedade sobre manifestantes armados apenas com palavras e faixas. As imagens do massacre à liberdade de expressão, registradas por câmeras, corpos e corações, ecoaram na rede e nas ruas com um impacto de mil bombas de efeito moral, causando indignação e despertando as pessoas de um estado anestésico. O que governo algum poderia desejar estava acontecendo: o povo começou a se organizar. Desta vez, não baixaríamos a cabeça.

Sete dias depois, defensores das mais diversas causas, vítimas das mais diferentes injustiças, estavam de volta ao mesmo local para dar uma resposta à opressão. As ruas de São Paulo foram tomadas por 5 mil pessoas de todas as cores, crenças e bandeiras. Na Internet, uma multidão espalhava a mensagem como vírus pelas redes sociais. Naquele dia, o Brasil marchou unido por um mesmo ideal. Nascia ali a Marcha da Liberdade.

A manifestação nas ruas de São Paulo escorreu para todas as partes do Brasil. Marchas da Liberdade começaram a ser marcadas em diferentes cidades congregando diferentes pautas, e o dia 18 de junho foi escolhido como o dia nacional da Marcha da Liberdade!

Por isso, estamos organizando a Marcha da Liberdade Curitiba. Uma marcha local, com bandeiras e lutas da nossa cidade, mas que conectam-se profundamente com um movimento maior. Nossa luta está em consonância com a ebulição dos movimentos cidadãos ao redor do mundo. Nossa mensagem é que as ditaduras, e seus disfarçes democráticos, não nos bastam. Defendemos nosso direito de refletir, debater, manifestar e agir!

Não somos uma organização. Não somos um partido. Não somos virtuais. Somos REAIS. Uma rede feita por gente de carne e osso. Organizados de forma horizontal, autônoma, livre.

Temos poucas certezas. Muitos questionamentos. E uma crença: de que a Liberdade é uma obra em eterna construção. Acreditamos que a liberdade de expressão seja a base de todas as outras: de credo, de assembleia, de posições políticas, de orientação sexual, de ir e vir. De resistir. Nossa liberdade é contra a ordem enquanto a ordem for contra a liberdade.

Convocamos:
Todos aqueles que não se intimidam, e que insistem em não se calar diante da violência. Contamos com as pernas e braços dos que se movimentam, com as vozes dos que não consentem. Ligas, correntes, grupos de teatro, dança, coletivos, povos da floresta, grafiteiros, operários, hackers, feministas, bombeiros, maltrapilhos e afins. Associações de bairros, ONGs, partidos, anarcos, blocos, homossexuais, bandos e bandas. Todos os que condenam a impunidade, que não suportam a violência policial repressiva, o conservadorismo e o autoritarismo do judiciário e do Estado. Que reprime trabalhadores e intimida professores. Que definha o serviço público em benefício de interesses privados.

Ciclistas, tragam uma bandeira arco-íris. Gays, gritem pelas florestas. Ambientalistas, tragam instrumentos. Batuqueiros, falem em nome dos animais. Vegetarianos, façam um churrasco diferenciado. Feministas, venham de bicicleta e lutem pela redução da tarifa. Somos todos cadeirantes, pedestres, motoristas, estudantes e trabalhadores. Somos todos mulheres, idosos, pretos, travestis. Somos todos nordestinos, bolivianos, da periferia, vira-latas. E queremos ser livres!

Nossas reivindicações não têm hierarquia. Todas as pautas se completam na perspectiva da luta por uma sociedade igualitária, por uma vida digna, de amor e respeito mútuos.

Você tem poder! Nossa maior arma é a conscientização. Faça um vídeo, divulgue nas suas redes sociais, arme sua intervenção, converse em casa, no almoço do trabalho, no intervalo da escola. Compartilhe suas propostas nas paredes, no seu blog, no seu mural. Reúna-se localmente, convoque seus amigos, erga suas bandeiras, vá às ruas.

Estamos diante de um momento histórico global. Pela primeira vez, temos chance real de conquistar a liberdade. O mundo está despertando. Levante-se do sofá e vá à luta. Vamos juntos construir o mundo que queremos! Todos e todas são bem vindos, independentes ou organizados em grupos!

Espalhe a rebelião!
#marchadaliberdadecwb