sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Soylocoporti no território do Fórum Social Mundial

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Agora é fato: a delegação do Soyloco encontra-se em Belém, conhecida nesses dias como território do Fórum Social Mundial. Após anos participando dos FSMs e ajudando a construí-los, chegamos a Santa Maria de Belém do Grão Pará com uma estrutura física e organizacional diferenciada da que vivenciamos até então.

Fruto, evidente, do amadurecimento do grupo, seja por meio do envolvimento com projetos mais concretos, como o Pontão de Cultura Kuai Tema e a comunidade quilombola de João Sura, ou por conta do nosso crescimento institucional, o que ficou claro na última assembléia e nos seus encaminhamentos.

A expectativa é alta e todos dividem um senso de responsabilidade e até mesmo uma certa ansiedade com relação à nossa contribuição a este processo. Nesse sentido, pela manhã realizamos uma reunião e distribuímos nossas tarefas: elaborar materiais institucionais específicos, definir questões infra-estruturais, selecionar e elencar programação, documentar e relatar atividades, entrar em contato com comissão organizadora.

Resta apertar o “play” e fazer tudo isso acontecer! Será uma tarefa complexa responder a todas essas expectativas, mas sem dúvidas há um planejamento adequado e disponibilidade militante. Nós acreditamos que um outro mundo é possível, desde que nos comprometamos e trabalhemos arduamente nesse sentido. É isso o que pretendemos aqui!

Acompanhe nossas atividades:
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Agenda oficial do Soylocoporti no FSM
Twitter

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ambientando-nos: desembarque em Belém do Pará

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Chegamos à Belém do Pará. A cidade é quente e úmida, como esperávamos. Entretanto o calor não é tão grande a ponto de nos deixar inertes. Pelo contrário, o primeiro contato com a cidade foi rico e já gera expectativas.

Após desfazer as malas, fomos almoçar no Mercado Ver-O-Peso. Experimentamos um peixe com açaí e dividimos uma Cerpa, a cerveja local (equivalente a Cerveja Polar em Porto Alegre. Aliás, será que é fundamental ter uma boa cerveja local para pleitear ser cidade-sede do FSM no Brasil?).

À noite nos encontramos com alguns companheiros que estão contribuindo com a organização dos alojamentos e do Acampamento Intercontinental da Juventude. Ficamos a par das principais questões e levantamos algumas bolas relativas à programação.

O dia amanhã será de muito trabalho. Temos apenas mais três dias antes do início das atividades – que ocorre, para nós, no dia 26/01, com o Fórum Mundial de Mídia Livre. Siga acompanhando aqui os relatos e contribua como puder!

“A união dos povos da América Latina não é simples capricho dos homens, mas sim um inevitável decreto do destino” (Simon Bolívar).

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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Para que seus textos apareçam nos Textos do Soyloco

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Olá associados da rede Soylocoporti. Para que seus textos apareçam na lista de Textos do Soylocoporti, você deve marcá-lo na categoria “Textos” quando postar. Isso fará com que eles apareçam na lista de textos do coletivo. Use essa opção com sabedoria, pois se forem notas curtas, por exemplo, não é interessante que estas entrem como textos.

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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Sistema de avatares do Soylocoporti mudado

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Caros associados da rede Soylocoporti. O sistema de avatares do Soylocoporti foi alterado e passamos a não depender de um serviço externo, como antes era o Gravatar.com. Contudo, percebemos que alguns usuários não possuem seus avatares cadastrados no Soylocoporti. Por isso, peço que estes façam seu login no site e, após entrar com seu usuário e senha, aparecerá uma lista de linques. Clique em “Seu Perfil” e depois em “Mudar Avatar”. Cadastre a sua foto e ela passará a aparecer nas listas de Blogs e usuários do Soylocoporti.

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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Quer aparecer na capa do Soylocoporti?

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Caros associados da rede Soylocoporti. Percebemos que alguns Blogs recém criados, não estão tendo seus posts publicados na capa do site do Soylocoporti. Isso acontece, porque vocês não deixaram seus Blogs públicos quando fizeram a sua inscrição. Para deixar o seu Blog público, e permitir com que a máquina de busca do Soylocoporti pegue as informações que você postar, você precisa alterar a sua configuração de privacidade clicando em “Configurações->Privacidade” no painel de controle do seu Blog. Aí, você deve selecionar a opção: “Quero que o meu blog seja visível para todos, incluindo mecanismos de busca (como Google, Sphere, Technorati), arquivadores e listas públicas neste site”.

Assim, quando você postar no seu Blog, seu post sairá na capa do Soylocoporti.

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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Oficinas Soylocoporti no FSM 2009

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O Fórum Social Mundial (FSM) é um espaço aberto de encontro – plural, diversificado, não-governamental e não-partidário –, que estimula de forma descentralizada o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mais solidário, democrático e justo.

A Amazônia é território e protagonista no Fórum Social Mundial 2009: De 27 de janeiro a 1° de fevereiro a cidade de Belém deixa de ser a capital do Pará para se tornar o centro de toda a Pan-Amazônia

http://www.fsm2009amazonia.org.br/forum-social-mundial

Participem da Oficina do Coletivo Soylocoporti no Fórum Social Mundial em Belém do Pará! Serão realizadas  2 atividades nos dias 29 e 30 de Janeiro de 2009, as 15h30, respectivamente.

1. Pontão de Cultura KUAI TEMA – Programa Cultura Viva do Minc – troca de experiências com os Pontos de Cultura do Brasil

Dia 29 de janeiro às 12h30. UFPA Básico, pavilhão Pb, sala P4;

Descrição do programa da atividade:

– apresentação do Pontão de Cultura KUAI TEMA;
– proposta de articulação e integração da rede de pontos de cultura (cultura viva Minc) do Brsail;
– troca de experiências entre os pontos de cultura;
– Debate do Plano Nacional de Cultura (PNC);
– experiências dos conselhos municipais de cultura;
– Criação de Banco de projetos
– Transmissão de documentários (Comunidade Quilombola João Surá, Documentário 36 – sobre a constituinte boliviana)

Resultados esperados:

– articulação, ampliação e integração da rede dos pontos de cultura no Brasil através de tecnologias livres;
– fomentar a criação de novos pontos de cultura;
– ampliação da política pública de cultura;
– Moção de apoio a PEC de 2% para cultura;
– transmissáo ao vivo de vídeo no sitio do Coletivo Soylocoporti;
– Ampliação do acervo da WebRádio KUAI TEMA com programação dos pontos de cultura;

* KUAI TEMA na língua guarani significa “viver em liberdade” ou “viver livre”.

2. Troca de experiências sobre vivências em comunidades Quilombolas

Dia 30 de janeiro às 12h30. UFPA Básico, pavilhão Fb, sala F3;

Descrição do programa da atividade:

– apresentação de experiências em comunidades quilombolas;
– sucessos e dificuldades;
– Telecentro de inclusão digital No Quilombo de João Surá;
– Beneficiamento e valorização dos produtos Quilombolas;
– políticas públicas para comunidades tradicionais;
– Transmissão de documentários (Comunidade Quilombola João Surá)

Resultados esperados:

– articulação, ampliação e integração com a rede de  Comunidades Quilombolas;
– ampliação de políticas públicas para comunidades remanescentes;
– Criar mecanismos para a difusão de costumes e comportamentos culturais buscando a compreensão das singularidade dos povos;

3. REUNIÃO INTERCONTINENTAL DO SOYLOCOPORTI – Debates para Institucionalização de nossa atuação

Dia 29 de janeiro às 15h30. UFPA Básico, pavilhão Fb, sala F3;

Reunião para reunir todos os companheiros que constroem o Soylocoporti por toda a América Latina. A idéia é debater formas de institucionalização e consolidação do movimento nos países da América Latina, além de estabelecer uma calendário de atividades articuladas.

Coletivo Soylocoporti – Pela Integração Latino Americana
Pontão de Cultura KUAI TEMA – Integração pela Liberdade
+55 41-3092-0463  – [email protected]

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Como chegar a Casa do Trabalhador? CEPAT

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COMO CHEGAR À CASA DO TRABALHADOR ?

VEJA O MAPA

BR 116

O ponto de referência principal do Sítio Cercado é a Rua Izaac Ferreira da Cruz. Quem vem sentido São Paulo – Porto Alegre sair da BR 116 no restaurante Frangão, entrar à direita e contornando sempre a direita passar por baixo da Br – seguindo em frente desembocará na Rua Izaac Ferreira da Cruz. Passando o tubo do ligeirinho XAPINHAL, entrar na Rua Cruzeiro do Sul. Esta rua inicia ao lado do Posto de combustível Ipiranga. Chegando ao final da Rua Cruzeiro do Sul, virar à esquerda andar 50m e virar na primeira à direita… pronto é só seguir e já está na Casa do Trabalhador. Outra opção é vir pela rápida Centro-Pinheirinho. Terminando a rápida, passar por baixo da BR 116 e seguir em frente conforme a orientação anterior.

BR 277

Vindo pela BR 277, entrar no Contorno Sul da Cidade Industrial de Curitiba, logo após a Polícia Rodoviária e seguir via CIC. Tomar a BR 116 sentido São Paulo e na garagem da Pluma virar a direita que desemboca na Izaac Ferreira da Cruz – seguir a orientação anterior.

ÔNIBUS

* É possível que seu navegador não suporte a exibição desta imagem.Em frente a Rodoferroviária de Curitiba pegar um ônibus até a Praça Rui Barbosa. Na Praça pegar o expresso Pinheirinho e ir até o ponto final. No terminal do Pinheirinho, pegar o alimentador (ônibus amarelo) Santa Joana ou Vila Rio Negro e descer no último ponto da Rua Cruzeiro do Sul. Seguir o mapa. Outra opção é no terminal Sítio Cercado pegar o Sta Joana e descer em frente a creche da vila Rio Negro
* Em frente a Rodoferroviária de Curitiba pegar o Expresso Centenário sentido Rui Barbosa. Descer em frente ao Shopping Estação e aí pegar no mesmo tubo o Expresso Sta Cândida-Capão Razo. Descer no terminal Capão Razo, pegar o Expresso Pinheiro e descer no terminal Pinheirinho e seguir instrução anterior.
* Outra opção para quem vem da Rodoferroviária, ir a pé até a Rodoviária Velha, Igreja do Guadalupe, pegar o Ligeirinho Sítio Cercado via Pinheirinho. Descer no terminal do Sítio Cercado e pegar o Sta Joana.

* Para quem vem do Boqueirão, descer no terminal do Sítio Cercado. Pegar o alimentador Santa Joana e descer no primeiro ponto da Rua Cruzeiro do Sul. Seguir o mapa.

* Da Praça Rui Barbosa, pegar o Ligeirinho Ba irro Novo e descer no terminal do Sítio Cercado. Seguir o trajeto da opção anterior.

Em caso de dificuldade, ligar para o CEFURIA 3322-8487



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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Carta de Intenção para Participar do FSM

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Caros Associados do Soylocoporti,

O Soylocoporti participará com uma delegação do Fórum Social Mundial 2009 em Belém do Pará. Estão disponíveis 6 vagas para membros do coletivo.

Para seleção dos membros que irão para Belém, a comissão metodológica da Assembléia estabeleceu alguns critérios para sua escolha, são eles:

  • Ser associado efetivo;
  • Tempo de associação;
  • Comprometimento com a organização (participação em atividades, projetos, reuniões, articulação com demais entidades);
  • Relação com as atividades propostas para o FSM 2009 (experiência, conhecimento e envolvimento com Pontão de Cultura e Quilombolas);
  • Capacidade de articulação com entidades afins e com possíveis patrocinadores (facilidade de comunicação, conhecimento prévio de possíveis parceiros);
  • Documentador (capacidade de registro das atividades tanto em vídeo quanto áudio, foto e relatoria).

Objetivos gerais da delegação:

  • Participar da cobertura compartilhada do FSM;
  • Contato com organizações fundamentais para articulação do Soyloco (Fundação Ford, Fundação Friedrich Ebert, Perseu Abramo, CUT Nacional, MST Nacional, CMS Nacional, AP Nacional)
  • Documentário das duas oficinas;
  • Documentário da participação do Soyloco no FSM;
  • Relatoria e documentação das atividades;
  • Alimentar o blog do Soylocoporti;

Os interessados em disputar uma vaga que não estarão presentes na Assembléia, poderão defender sua candidatura por e-mail, mandando sua defesa com base nos critérios apresentados para [email protected] até às 14h30 de domingo (19/01).

As defesas serão julgadas pela Assembléia às 17h00 de domingo durante a Assembléia Geral do Soylocoporti.

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

MST: 25 anos de luta pela reforma agrária

O Brasil vivia uma conjuntura de duras lutas pela abertura política, pelo fim da ditadura e de mobilizações operárias nas cidades. Como parte desse contexto, entre 20 e 22 de janeiro de 1984, foi realizado o 1º Encontro Nacional dos Sem Terra, em Cascavel, no Paraná. Ou seja, o Movimento não tem um dia de fundação, mas essa reunião marca o ponto de partida da sua construção.

A atividade reuniu 80 trabalhadores rurais que ajudavam a organizar ocupações de terra em 12 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Bahia, Pará, Goiás, Rondônia, Acre e Roraima, além de representantes da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária), da CUT (Central Única dos Trabalhadores), do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e da Pastoral Operária de São Paulo.

Os participantes concluíram que a ocupação de terra era uma ferramenta fundamental e legítima das trabalhadoras e trabalhadores rurais em luta pela democratização da terra. A partir desse encontro, os trabalhadores rurais saíram com a tarefa de construir um movimento orgânico, a nível nacional. Os objetivos foram definidos: a luta pela terra, a luta pela Reforma Agrária e um novo modelo agrícola, e a luta por transformações na estrutura da sociedade brasileira e um projeto de desenvolvimento nacional com justiça social.

Em 1985, em meio ao clima da campanha “Diretas Já”, o MST realizou seu 1º Congresso Nacional, em Curitiba, no Paraná, cuja palavra de ordem era: “Ocupação é a única solução”. Neste mesmo ano, o governo de José Sarney aprovou o Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), que tinha por objetivo dar aplicação rápida ao Estatuto da Terra e viabilizar a Reforma Agrária até o fim do mandato do presidente, assentando 1,4 milhão de famílias.

A proposta de Reforma Agrária ficou apenas no papel. O governo Sarney, pressionado pelos interesses do latifúndio, ao final de um mandato de cinco anos, assentou menos de 90 mil famílias sem-terra. Ou seja, apenas 6% das metas estabelecidas no PNRA foi cumprida por aquele governo. Com a articulação para a Assembléia Constituinte, os ruralistas se organizam na criação da União Democrática Ruralista (UDR) e atuam em três frentes: o braço armado – incentivando a violência no campo -, a bancada ruralista no parlamento e a mídia como aliada.

Embora os ruralistas tenham imposto emendas na Constituição de 1988, que significaram um retrocesso em relação ao Estatuto da Terra, os movimentos sociais tiveram uma importante conquista. Os artigos 184 e 186 fazem referência à função social da terra e determinam que, quando ela for violada, a terra seja desapropriada para fins de Reforma Agrária. Esse foi também um período em que o MST reafirmou sua autonomia, definiu seus símbolos, bandeira e hino. Assim, foram se estruturando os diversos setores dentro do Movimento.
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Anos 90
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A eleição de Fernando Collor de Mello para a presidência da República, em 1989, representou um retrocesso na luta pela terra. Ele era declaradamente contra a Reforma Agrária e tinha ruralistas como seus aliados de governo. Foram tempos de repressão contra os Sem Terra, despejos violentos, assassinatos e prisões arbitrárias. Em 1990, ocorreu o II Congresso do MST, em Brasília, que continuou debatendo a organização interna, as ocupações e, principalmente, a expansão do Movimento em nível nacional. A palavra de ordem era: “Ocupar, resistir, produzir”.

Em 1994, Fernando Henrique Cardoso vence as eleições com um projeto de governo neoliberal, principalmente para o campo. É o momento em que se prioriza novamente a agroexportação. Ou seja, em vez de incentivar a produção de alimentos, a política agrícola está voltada para atender aos interesses do mercado internacional e gerar os dólares necessários para pagar os juros da dívida pública.

O MST realizou seu 3º Congresso Nacional, em Brasília, em 1995, quando reafirmou que a luta no campo pela Reforma Agrária é fundamental, mas nunca terá uma vitória efetiva se não for disputada na cidade. Por isso, a palavra de ordem foi “Reforma Agrária, uma luta de todos”.

Já em 1997, o Movimento organizou a histórica “Marcha Nacional Por Emprego, Justiça e Reforma Agrária” com destino a Brasília, com data de chegada em 17 abril, um ano após o massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 Sem Terra foram brutamente assassinados pela polícia no Pará. Em agosto de 2000, o MST realiza seu 4º Congresso Nacional, em Brasília, cuja palavra de ordem foi “Por um Brasil sem latifúndio”.

Durante os oito anos de governo FHC, o Brasil sofreu com o aprofundamento do modelo econômico neoliberal, que provocou graves danos para quem vive no meio rural, fazendo crescer a pobreza, a desigualdade, o êxodo, a falta de trabalho e de terra.

A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, representou um momento de expectativa, com o avanço do povo brasileiro e uma derrota da classe dominante. No entanto, essa vitória eleitoral não foi suficiente para gerar mudanças significativas na estrutura fundiária, no modelo agrícola e no modelo econômico.

Os integrantes do MST acreditam que as mudanças sociais e econômicas dependem, antes de qualquer coisa, das lutas sociais e da organização dos trabalhadores. Com isso, será possível a construção de um modelo de agricultura que priorize a produção de alimentos, a distribuição de renda e a construção de um projeto popular de desenvolvimento nacional.

Atualmente, o MST está organizado em 24 estados, onde há 130 mil famílias acampadas e 370 mil famílias assentadas. Hoje, completando 25 anos de existência, o Movimento continua a luta pela Reforma Agrária, organizando os pobres do campo. Também segue a luta pela construção de um projeto popular para o Brasil, baseado na justiça social e na dignidade humana, princípios definidos lá em 1984.
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Antecedentes
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O MST é fruto da história da concentração fundiária que marca o Brasil desde 1500. Por conta disso, aconteceram diversas formas de resistência como os Quilombos, Canudos, as Ligas Camponesas, as lutas de Trombas e Formoso, entre muitas outras. Em 1961, com a renúncia do então presidente Jânio Quadros, João Goulart – o Jango – assumiu o cargo com a proposta de mobilizar as massas trabalhadoras em torno das reformas de base, que alterariam as relações econômicas e sociais no país. Vivia-se um clima de efervescência, principalmente sobre a Reforma Agrária.

Com o golpe militar de 1964, as lutas populares sofrem violenta repressão. Nesse mesmo ano, o presidente marechal Castelo Branco decretou a primeira Lei de Reforma Agrária no Brasil: o Estatuto da Terra. Elaborado com uma visão progressista com a proposta de mexer na estrutura fundiária, ele jamais foi implantado e se configurou como um instrumento estratégico para controlar as lutas sociais e desarticular os conflitos por terra.

As poucas desapropriações serviram apenas para diminuir os conflitos ou realizar projetos de colonização, principalmente na região amazônica. De 1965 a 1981, foram realizadas oito desapropriações em média, por ano, apesar de terem ocorrido pelo menos 70 conflitos por terra anualmente.

Nos anos da ditadura, apesar das organizações que representavam as trabalhadoras e trabalhadores rurais serem perseguidas, a luta pela terra continuou crescendo. Foi quando começaram a ser organizadas as primeiras ocupações de terra, não como um movimento organizado, mas sob influência principal da ala progressista da Igreja Católica, que resistia à ditadura.

Foi esse o contexto que levou ao surgimento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 1975, que contribuiu na reorganização das lutas camponesas, deixando de lado o viés messiânico, propondo para o camponês se organizar para resolver seus problemas. Além disso, a CPT teve vocação ecumênica, aglutinando várias igrejas. Por isso, o MST surgiu do trabalho pastoral das igrejas católica e luterana.
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Reforma agrária e desenvolvimento
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Todos os países considerados desenvolvidos atualmente fizeram reforma agrária. Em geral, por iniciativa das classes dominantes industriais, que perceberam que a distribuição de terras garantia renda aos camponeses pobres, que poderiam se transformar em consumidores de seus produtos. As primeiras reformas agrárias aconteceram nos Estados Unidos, a partir de 1862, e depois em toda a Europa ocidental, até a 1ª Guerra Mundial. No período entre guerras, foram realizadas reformas agrárias em todos os países da Europa oriental. Depois da 2ª Guerra Mundial, Coréia, Japão e as Filipinas também passaram por processos de democratização do acesso a terra.

A reforma agrária distribuiu terra, renda e trabalho, o que formou um mercado nacional nesses países, criando condições para o salto do desenvolvimento. No final do século 19, a economia dos Estados Unidos era do mesmo tamanho que a do Brasil. Em 50 anos, depois da reforma agrária, houve um salto na indústria, qualidade de vida e poder de compra do povo.

Depois de 500 anos de lutas do povo brasileiro e 25 anos de existência do MST, a Reforma Agrária não foi realizada no Brasil. Os latifundiários, agora em parceria com as empresas transnacionais e com o mercado financeiro – formando a classe dominante no campo – usam o controle do Estado para impedir o cumprimento da lei e manter a concentração da terra. O MST defende um programa de desenvolvimento para o Brasil, que priorize a solução dos problemas do povo, por meio da distribuição da terra, criação de empregos, geração de renda, acesso a educação e saúde e produção e fornecimento de alimentos.

fonte: http://www.mst.org.br/

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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Contribuições para Assembléia

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Caros Associados e Associadas do Soylocoporti,

Mesmo que você não vá participar da Assembléia, você poderá contribuir com os trabalhos mandando seu texto de apoio, moção, ou sugestão para o e-mail [email protected].

Todos os textos serão sistematizados e lidos durante o encontro.

Aguardamos suas contribuições.

Marco Antônio Konopacki.
Coordenador Geral do Soylocoporti.

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