Para quem acha que está difícil de achar o edital para Pontos de Cultura no site da Fundação, aqui vai a nossa ajuda e disponibilização para download:
Anexo I – Formulário de Requerimento
Os outros documentos podem ser conseguidos no site da fundação no linque direto:
http://www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/leidoincentivo/textos.asp?id=73
Prezados associado ou associada do Soylocoporti,
Fazendo uso de minhas atribuições enquanto Coordenador Geral do Soylocoporti, conforme o disposto no art.14o, parágrafo terceiro do estatuto em vigor, convoco, através deste instrumento, a Assembléia Geral Ordinária Estatuinte a ser realizada nos dias 17 e 18 de janeiro de 2009. As atividades terão início às 8h00 do dia 17 de janeiro de 2009 no Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores (CEPAT), sito a Rua João Batista Gabardo, 151 – Sítio Cercado – Curitiba/PR/Brasil.
Faço ressaltar que haverá concentração prévia dos associados no dia 16 de janeiro a partir das 18h00 neste mesmo endereço que contará com alojamento e alimentação disponível. Os associados deverão contribuir com a taxa de R$70,00 para o mantenimento da estrutura que será disponibilizada. Estarão isentos da taxa, associados que remeterem pedido até quarta-feira, 14 de janeiro, para o e-mail [email protected] com o assunto ISENÇÃO e justificando o seu motivo de não poder contribuir e especificando se, em outro momento, poderá devolver essa verba para o caixa da entidade. Os recursos serão julgados sob os seguintes critérios: 1) justificativa apresentada; 2) atividade do associado na rede Soylocoporti (listas, blogs); 3) atividade do associado nos eventos e reuniões do Soylocoporti.
As contribuições deverão ser feitas através de depósito na Conta Corrente da entidade até quinta-feira, 15 de janeiro de 2009:
Banco do Brasil.
Ag. 1518-8
CC. 18979-0
SOYLOCOPORTI- PELA INTEGR
Após efetuar o depósito, mande e-mail para [email protected] com o assunto INSCRIÇÃO especificando o número do documento, nome completo, RG e telefone.
Ainda, para participação da Assembléia, os associados deverão ter lido os documentos que seguem anexos a esta convocatória: 1) Programação das atividades; 2) Proposta de reforma estatutária; 3) Texto de conjuntura (ainda será sugerido pelo endereço http://soylocoporti.org.br). Terão direito a voz, todos os associados da rede, regularmente inscritos pelo site http://soylocoporti.org.br. Terão direito a voz e voto, todos os associados efetivos que assinaram a ATA de fundação do Soylocoporti.
Sem mais,
Marco Antônio Konopacki.
Coordenador Geral do Soylocoporti – Pela Integração Latino-Americana.
Anexos:
Programação da Assembléia Geral
Análise da Conjutura Latino-Americana
Obs.: É importante que os associados já cheguem para a assembléia com apontamentos sobre os documentos apresentados.
O NOSSO país tem uma importante oportunidade de aproveitar a crise econômica mundial para deixar para trás a atual política econômica neoliberal e tomar medidas para adotar um novo modelo de desenvolvimento nacional, com base em distribuição de renda, geração de empregos, fortalecimento da indústria e do mercado interno, melhorando as condições de vida do povo brasileiro.
A crise demonstra em todo o mundo que o neoliberalismo não tem condições de sustentar o desenvolvimento social, ambiental e econômico, sendo necessário aplicar medidas de regulação da economia e fortalecimento do Estado. Chegou à falência o modelo econômico caracterizado pela hegemonia do capital financeiro, altas taxas de juros, superávit primário e prioridade ao setor exportador.
Não encontraremos a solução em políticas que reforcem ou amenizem os problemas do neoliberalismo, apoiando bancos e grandes empresas, mas com iniciativas que apontem para mudanças estruturais. No Brasil, precisamos reduzir imediatamente as taxas de juros e controlar a movimentação do capital especulativo, impedindo a livre circulação, instituindo quarentenas e taxações.
O governo deve revisar uma desgastada orientação do FMI, um dos responsáveis pela crise: o superávit primário. O Tesouro Nacional gastou nos primeiros quatro anos do governo Lula cerca de R$ 600 bilhões com a rubrica relativa aos juros da dívida pública! Temos que usar esses recursos para construir escolas e contratar professores para universalizar o acesso à educação pública.
Nas grandes cidades, é urgente fazer investimentos em transporte público, hospitais e moradias populares, fazendo uma reforma urbana. No campo, a produção de alimentos da agricultura familiar e camponesa precisa receber investimentos públicos, com o fortalecimento da pequena e média propriedade e realização da reforma agrária.
O governo deve estabelecer metas de geração de postos de trabalho formais, dentro de um amplo programa público, reagindo ao aumento do desemprego causado pela crise. Ao mesmo tempo, para dar força ao mercado interno e garantir o consumo, o salário mínimo e os benefícios da Previdência Social devem aumentar, distribuindo renda.
Essas medidas só serão viáveis se os recursos públicos forem aplicados com responsabilidade. Os subsídios para salvar bancos e empresas especuladoras -que ganharam muito dinheiro com o neoliberalismo- apenas reforçam as contradições do modelo que entrou em crise.
É uma incoerência os que sempre defenderam o mercado como “deus regulador” recorrerem ao Estado em um momento de dificuldade. Os bancos públicos, como BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, não têm que socorrer o grande capital e devem só aprovar empréstimos com garantia de desemprego zero.
Estamos preocupados também com a investida predatória sobre os recursos naturais, que aumentam em tempos de crise, porque proporcionam acumulação rápida. Não podemos aceitar as propostas irresponsáveis do agronegócio para mudanças na legislação ambiental, reduzindo áreas de preservação na Amazônia e no que resta da mata atlântica. As grandes empresas do ramo petrolífero estão de olho no petróleo na camada do pré-sal e querem a manutenção do regime de concessão, impedindo mudanças legais que garantam a soberania nacional.
A atual crise econômica é de responsabilidade dos países centrais e dos organismos dirigidos por eles, como OMC, Banco Mundial e FMI. Defendemos uma nova ordem internacional, que respeite a soberania de povos e nações. O Brasil precisa fortalecer a estratégia de integração regional, com foco no Mercosul, na Unasul e na Alba. Com isso, por exemplo, poderemos substituir o dólar nas transações comerciais por moedas locais em toda a América Latina, como recentemente fizeram Brasil e Argentina.
Participamos de reunião com o governo federal para apresentar essas alternativas, construídas por mais de 50 entidades. Não estamos preocupados com as eleições, mas com o futuro do país. Queremos contribuir com o debate para que o povo brasileiro se mobilize por um novo modelo econômico diante da gravidade da crise. Não podemos perder esta oportunidade de fazer mudanças necessárias em nosso país.
JOÃO PEDRO STEDILE, 54, economista, é integrante da coordenação nacional do MST e da Via Campesina.
JOSÉ ANTÔNIO MORONI, 45, filósofo, é membro do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) e diretor da Abong (Associação Brasileira de ONGs).
NALU FARIA, 50, psicóloga, é coordenadora-geral da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e integrante da Secretaria Nacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil.
Sr. Altino da Cruz faleceu hoje pela manhã, aos 60 anos de idade,
enquanto trabalhava na sua roça. Ele não resistiu à notícia de que o
juiz Fábio Rogério França, da 11ª vara da justiça federal, concedeu
uma liminar de reintegração de posse solicitada pela fazendeira Rita
de Cassia Salgado de Santana exigindo que este retire a roça que
cultiva a mais de 40 anos e foi herdada de seus pais. Utilizando-se de
má fé, a fazendeira levou o juiz a concluir que trata-se de uma
ocupação recente quando é notória pela comunidade e pelos dados
apresentados nos autos que trata-se de uma comunidade tradicional.
Na Segunda e terça feira desta semana, o Sr. Altino da Cruz,
acompanhado de outros membros da comunidade quilombola, esteve fazendo
uma romaria por diversos órgãos públicos denunciando a situação e
exigindo providências. Na segunda feira os representantes da
comunidade estiveram no INCRA, na SEPROMI e no IBAMA. Na terça,
voltaram ao INCRA e estiveram na Polícia Federal, entidade encarregada
de cumprir a reintegração de posse. Na quarta feira Altino voltou pra
casa visivelmente abatido e inconformado com a ameaça de sair da roça
que herdou dos pais e na qual trabalha por mais de 40 anos.
Hoje pela manhã, enquanto trabalhava em sua roça, Sr. Altino da Cruz
deu um forte grito e tombou no chão. Foi Levado em um carro de mão por
seus companheiros até o posto de saúde da vila de São Francisco do
Paraguaçu e já chegou morto.
QUEM MATOU ALTINO DA CRUZ?
A comunidade de São Francisco do Paraguaçu é um grande símbolo da
resistência do povo quilombola no Brasil. Historicamente explorada por
grandes fazendeiros do Recôncavo Baiano, especialmente pela família
Santana, tem sido vítima dos mais violentos ataques desde que foi
reconhecida como comunidade remanescente de quilombo.
As agressões são originadas também pela família Diniz que recentemente
implantou uma RPPN dentro do território da comunidade Remanescente de
Quilombo. Esta família tem usado a RPPN para captar recursos de órgãos
estaduais e federais e tem sido alvo de investigação sobre
irregularidades, o que levou a suspensão de projetos em andamento e
impediu a liberação de mais recursos.
Assim, as agressões e ataques foram concentrados sobre Sr. Altino da
Cruz, a principal liderança da comunidade remanescente de quilombo. A
comunidade foi vítima de várias ações de pistolagem e violência
policial como constatado em relatório oficial do Polícia Federal.
Policiais armados invadiram a casa de Sr Altino da Cruz causando
constrangimento e indignação a toda comunidade. A aliança entre os
Santana e os Diniz, em conjunto com interesses ruralistas nacionais,
articulou uma reportagem produzida pela rede globo de televisão que
foi provada ser fraudulenta através de sindicâncias de órgãos oficiais
como IBAMA, INCRA e Fundação Cultura Palmares. Desde então, a luta da
comunidade Remanescente de Quilombo São Francisco do Paraguaçu
evidenciou-se como um símbolo da luta quilombola no Brasil e a
comunidade tem sido alvo de freqüentes processos judiciais. A atual
estratégia adotada pelos fazendeiros é impetrar sucessivas ações indi
viduais de reintegração de posse para confundir o judiciário.
O que o Movimento dos Pescadores e Quilombolas do Recôncavo tem a
dizer para Elba Diniz, Lu Cachoeira e sua família Santana que a morte
de Sr. Altino da Cruz não trará desânimo para a luta do povo
quilombola. Pelo contrário, fecundará a terra onde nascerão muitas
flores para embelezar a grande mesa no dia da festa da titulação no
nosso território.
O Governo do Paraná junta sua voz às vozes de dezenas de entidades e de milhares de brasileiros que pedem ao Presidente Lula a convocação, ainda este ano, da Conferência Nacional de Comunicação.
É inegável que, nos últimos anos, o país viu avançar, ampliar e consolidar direitos de seus cidadãos. No entanto, é preciso ir mais longe nos exercícios da liberdade, na prática da democracia.
Dos tantos direitos que essa saudável e maravilhosa primavera brasileira cultiva e faz florescer, existe um direito que se põe no centro da nossa vida, tão vital quanto respirar: o direito à informação. Informar e ser informado. Sem a censura das conveniências políticas, dos interesses empresariais, do jogo do mercado, do corporativismo. Democratizar, universalizar os meios de comunicação, tornando-os irrestritamente acessíveis a todos.
Afinal, uma sociedade só pode ser chamada de democrática quando as diversas vozes, opiniões e culturas que a compõem têm espaço para se manifestar. Monopólio de informação e democracia são antagônicos e, mais dia menos, repelem-se.
A Conferência Nacional de Comunicação é o molde ideal para que essa discussão seja feita. Reunindo o Executivo, o Legislativo, o Judiciário, o Ministério Público, movimentos e entidades sociais, jornalistas e proprietários de veículos, acadêmicos, meios e sistemas de comunicação, a Conferência é uma instância representativa e legítima para que o Brasil defina diretrizes para um novo marco regulatório e proponha políticas públicas de comunicação.
Além de pedir ao Presidente Lula a convocação da Conferência, o Governo do Paraná, desde de agora, coloca-se à disposição das entidades que se mobilizam pela realização do encontro. Toda a nossa estrutura de comunicação, especialmente a Paraná Educativa, prestará o apoio possível à realização da Conferência e ao debate sobre o tema.
Vamos à Conferência. De uma vez por todos o país deve enfrentar e debater mais esse contencioso. Sem medo, sem censura. Não se busca o confronto. Queremos crescer, avançar, universalizar direitos.
Roberto Requião
Governador do Paraná
Comunidades quilombolas e representantes de entidades e da Câmara de Vereadores protestaram na manhã desta segunda-feira (08) em Porto Alegre por mais agilidade na investigação da morte de duas lideranças. Na última quinta-feira (04), os irmãos Joelma e Volmir da Silva Ellias foram assassinados a tiros na área do Quilombo dos Alpes, onde moravam. Jô e Guinho, como eram conhecidos, eram lideranças na comunidade e integravam a diretoria da associação do quilombo.
Uma terceira vítima, Rosangela da Silva Ellias, a Janja, presidente da associação, também foi ferida mas sobreviveu. A reportagem é de Raquel Casiraghi e publicada pela Agência de Notícias Chasque, 08-12-2008. O advogado Onir Araújo relata que há pelo menos um ano as famílias registravam ocorrência policial contra Pedro Paulo Back, acusado pelos assassinatos. A última ocorrência foi no domingo, dia 30 de Novembro, depois de Back dar tiros no ar e ameaçar “acabar” com os quilombolas. Segundo as famílias, a Brigada Militar esteve no local mas não tomou nenhuma providência alegando que Back era vigilante e tinha porte de arma.
“Nós chegamos à conclusão de que tínhamos que acompanhar [a investigação policial] porque foi um descaso total. A comunidade ficou completamente a mercê da sanha desse assassino. A comunidade já tinha feito várias ocorrências, inclusive anteriores aos assassinatos, e nenhuma medida foi tomada”, reclama. Após assassinar os dois irmãos na quinta-feira, o vigilante voltou ao Quilombo dos Alpes neste final de semana à procura de Janja. Testemunhas relatam que ele esteve na casa da presidente da associação dizendo que “precisava terminar o trabalho que havia começado”, mas foi embora depois que não a encontrou. Os motivos ainda não foram esclarecidos, mas os quilombolas acreditam que as mortes tenham sido motivadas por disputas de grilagem pela área. Back foi acolhido pela comunidade há dez anos, quando chegou no local sem ter onde morar. No entanto, à medida que o processo de titulação da área quilombola foi avançando, principalmente a partir de 2005, o vigilante iniciou a disputa pela área, trazendo outras pessoas para morar ilegalmente no local.
O vereador Guilherme Barbosa (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, suspeita até mesmo de motivação por questões imobiliárias. Para ele, os assassinatos de duas lideranças não são um fato isolado.
“Como já tivemos notícia no início deste ano no Quilombo Silva, de um assassinato lá dentro, que aparentemente não teria nada a ver, e agora com os assassinatos no Alpes e com problema no Guaranha, estamos preocupados de que ocorra uma movimentação de disputa por terra. São áreas de boa dimensão para espaço urbano e, portanto, isso pode estar acontecendo”, avalia. No protesto no Palácio da Polícia, na Capital, os quilombolas exigiram que a Delegacia de Homicídios e Desaparecidos encaminhe a prisão preventiva do acusado, que já está identificado desde os assassinatos. Um grupo também foi à Polícia Federal pedir a proteção da área, que por ser um quilombo pertence à União, e à Secretaria Estadual de Segurança Pública, exigir escolta policial às famílias. O Quilombo dos Alpes é composto por 74 famílias e fica no Bairro Glória, zona Leste da Capital. Estudos apontam que a comunidade já vive no local há 160 anos.
Pela realização da Conferência Nacional de Comunicação em 2009
Resolução do Encontro Pró-Conferência Nacional de Comunicação
Brasília, 02 de dezembro de 2008
As organizações e pessoas presentes ao Encontro Pró-Conferência Nacional de Comunicação,
* com o respaldo das Comissões de Direitos Humanos e Minorias,
Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e de Legislação Participativa;
* reconhecendo a ampla representatividade deste Encontro, expresso pelas 66 organizações e 250 pessoas presentes;
* considerando a legitimidade e maturidade alcançada pela proposta de realização da Conferência Nacional, já debatida em 15 unidades da Federação em eventos estaduais que totalizaram mais de 14.000 pessoas;
* considerando que todos os segmentos empresariais, profissionais e acadêmicos da área, além de movimentos e entidades sociais participaram ativamente desse processo, caracterizando-o como democrático e plural;
* considerando a existência de amplo consenso entre todos os envolvidos e interessados na área, bem como não ter ocorrido no processo preparatório nenhuma objeção de nenhum setor à realização da Conferência;
* tendo em vista a necessidade de dar início imediato ao processo de planejamento e mobilização para que se possa realizar todas as etapas em 2009;
* considerando a disponibilidade de recursos do Tesouro Nacional para essa finalidade previstos no Plano Plurianual, no Orçamento da União de 2008 e na proposta orçamentária de 2009;
Declaram seu compromisso de realização da I Conferência Nacional de Comunicação, a ser convocada pelo Governo Federal, por meio de Decreto Presidencial e constituição de Grupo de Trabalho por Portaria do Ministro das Comunicações, tendo as seguintes referências.
Quanto ao calendário
1. Edição de Decreto do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, convocando a Conferência, e Portaria Ministerial constituindo o Grupo de Trabalho até 31 de dezembro de 2008;
2. Conferências municipais ou regionais e debates temáticos até 20 de maio de 2009;
3. Conferências estaduais, com caráter deliberativo, para a eleição de delegados e debate e aprovação de propostas à Conferência Nacional: 1º de junho a 14 de agosto de 2009;
4. Sistematização das propostas e publicação de subsídios: até 14 de setembro de 2009;
5. Etapa nacional: 3, 4 e 5 de novembro de 2009, em Brasília.
Quanto às características e propósitos
1) Que a Conferência terá caráter amplo e democrático, abrangendo representações do Poder Executivo, do Poder Legislativo, da sociedade civil e dos empresários;
2) Que sua abrangência será nacional, devendo contemplar no mínimo etapas estaduais, nas quais haverá discussão do temário, apresentação de propostas e eleição de delegados à nacional.
Quanto aos objetivos
1. Identificar os principais desafios relativos ao setor da comunicação no Brasil;
2. Fazer um balanço das ações do poder público na área;
3. Propor diretrizes para um novo marco regulatório e para as políticas públicas de comunicação;
4. Apontar prioridades de ações governamentais dentro destas diretrizes;
5) Referenciar políticas públicas, planos e projetos de organizações da sociedade civil, de empresas, instituições de ensino e pesquisa e de profissionais atuantes em comunicação nas suas diversas formas,
Quanto ao formato
1) Seu formato será definido pelo Grupo de Trabalho (GT) a ser constituído pela Portaria do Ministro das Comunicações, assegurada a participação de representantes do poder público e da sociedade civil, profissionais, empresários, movimentos e entidades sociais, designados pelos respectivos setores;
2) Caberá ao GT definir a metodologia, a estrutura, a organização, o calendário e os temas da Conferência, firmando-os em um Regimento Interno, e coordenar a Conferência até sua etapa nacional;
3) Caberá ao Governo Federal, pelas instâncias adequadas, criar uma comissão responsável pelos encaminhamentos deliberados pelo GT até a sua etapa nacional.
Quanto à proposta temática
1) A Conferência tratará da comunicação como direito humano, especialmente no que incide sobre a soberania nacional, a liberdade de expressão, a inclusão social, a diversidade étnico-racial, sexual, cultural, e religiosa e de gênero, a convergência tecnológica e a regionalização da produção;
2) Os debates serão organizados contemplando, entre outros, os seguintes eixos: a) Meios de Comunicação; b) Cadeia Produtiva; c) Sistemas de Comunicação.
Consideram-se Meios de Comunicação a televisão aberta, rádio, internet, telecomunicações por assinatura, cinema, mídia impressa e mercado editorial. A Cadeia Produtiva abrange os processos de produção, provimento, distribuição e recepção. Os Sistemas de Comunicação se agrupam nas categorias público, estatal e privado.
Título do projeto: PROJETO INCLUSÃO DIGITAL E CULTURA NO QUILOMBO.
Instituição proponente: COLETIVO SOYLOCOPORTI.
Região/Cidade de atuação: Adrianópolis (Quilombo de João Surá).
Patrocínio: Centrais elétricas do sul do país – ELETROSUL.
Relator: Marco Antônio Konopacki (Amarelo).
Equipe de execução: Marco Antônio Konopacki, Érico Massoli Ticianel Pereira, Gustavo Guedes de Castro, Angélica Varejão, Michelle Galves Galdeano, Rodrigo Bonifácio Vieira, Fábio Henrique Nunes, Júlia Basso, Quilombola Carla e Quilomboa Lilinha (Monitoras do Telecentro).
O projeto inclusão digital e cultura no quilombo do João Surá buscou até o momento implantar uma rede de internet com disponibilidade de acesso 24h; formar uma turma base com visão crítica sobre o uso e aplicação dos recursos de comunicação que a internet providenciou que fossem pró-ativa na disseminação do conhecimento para os demais membros da comunidade.
Primeira visita a comunidade. Este momento foi utilizado para que a equipe do projeto pudesse ter o contato inicial com os membros da comunidade e fazer os primeiros levantamentos de equipamentos no local. Foram identificados 5 computadores, sendo um nomeado como servidor e os demais como estação de trabalho. O computador servidor possuia no ato da avaliação um processador Semprom 2800 Mhz com 512Mb de memória RAM e 80 Gb de HD. Os demais computadores possuem o mesmo poder de processamento e memória RAM e se diferenciam por seus HD de 4Gb.
Foi concluído que a estrutura montada era adequada para montagem do telecentro, mas ainda tínhamos dúvida sobre a tecnologia para conectividade seria utilizada. Buscamos avaliar o valor de uma ligação de um ponto StarOne (serviço Embratel) na comunidade, mas infelizmente os valores eram impraticáveis para o orçamento do projeto (taxa anual do serviço é de R$ 32.390,00).
A melhor solução a ser adotada para o telecentro é a do GESAC (Governo Eletrônico a Serviço do Cidadão), serviço público do Governo Federal através do Ministério das Comunicações, que garantirá acesso a internet por satélite.
Como conclusão deste trabalho, foi encaminhado ofício do Coletivo Soylocoporti ao Ministério das Comunicações solicitando um ponto de presença GESAC na comunidade quilombola de João Surá.
Esta visita foi utilizada para testar uma tecnologia alternativa, caso a solução do GESAC atrasasse para ser implantada ou então fosse indeferida. A tecnologia testada foi uma conexão via celular com uma antena amplificadora de 17db para verificar a qualidade de sinal e conexão através deste meio.
Os testes com a tecnologia foram surpreendentes e bastante satisfatórios. Nos melhores momentos da conexão, chegou-se a ter uma taxa de downstream e upstream de 140Kbps.
Após testada a viabilidade do projeto, partiu-se para articulação da comunidade em torno das atividades. Para isso, prezou-se a utilização de métodos que não fossem impositivos, e sim, reflexivos. Neste encontro, procuramos reunir tanto moradores jovens, quanto senhores antigos da comunidade para debater questões pertinentes sobre comunicação. Como forma de fomentar o debate, foi passado o filme brasileiro “como uma onda no ar” do diretor Helvécio Ratton, que trata sobre a história de 4 jovens que se reúnem para montar uma rádio que possa transmitir a voz do povo na localidade onde vivem.
Com esta abordagem, percebemos que o interesse da população aumentou e realmente foi desencadeado o debate a cerca da importância da comunicação. Os membros da equipe somente foram facilitadores do trabalho.
Nesta visita, também foi dada a manutenção em todos os computadores para instalação do sistema software livre Ubuntu Linux. Nesta manutenção, percebeu-se que os Hds que estavam nas máquinas estavam fora do padrão. Solicitamos ao sr. Antônio, presidente da associação de moradores, o recibo de entrega dos equipamentos para obtermos a especificação original das máquinas. Neste momento percebemos que os Hds instalados não eram os mesmos que foram entregues na doação. Ao questionarmos o sr. Antônio sobre isso, ele informou que as máquinas haviam saído da comunidade para receberem uma manutenção oferecida pelo instituto IDESC da cidade de Iporanga (vizinha a Adrianópolis). Logo, nos leva a concluir que nessa manutenção feita por terceiro, os Hds foram trocados por Hds antigos.
Para contornar o problema, foi utilizado a verba do projeto para compra de Hds novos, para substituir os equipamentos trocados, e foi registrado um boletim de ocorrência na delegacia de Adrianópolis (vide documentação anexa).
Nesta visita foi montada a estrutura definitiva do laboratório com a instalação de cabos, hubs, configuração do servidor e das estações de trabalho. Após esse trabalho, foi ministrada a nossa primeira aula do Plano de trabalho, continuando a utilizar o método de Debate e Oficina, para causar o processo reflexivo nos aprendizes.
A primeira aula foi a navegação básica na internet e a criação do endereço de e-mail de cada um dos alunos. Após a exposição destes conceitos básicos, foi feita uma pesquisa na internet sobre o vale do ribeira e sobre comunidades quilombolas.
Os alunos e alunas envolvidas nessa primeira atividade se mostraram bastante interessados no aprendizado destes novos conceitos e a maioria teve uma absorção muito rápida destes conceitos.
Ao realizar a busca na internet, houve um fenômeno interessante, pois era a primeira vez que eles se viam inseridos neste processo de comunicação. Muitos queriam comentar e interagir com esse mundo novo que passava a se abrir.
Também foi interessante encontrar ações de outras instituições que desenvolvem algum trabalho em João Surá, mostrando resultados que nunca aconteceram. Isso causou revolta, mas ao mesmo tempo gerou a reflexão, de que nem tudo que os meios de comunicação mostram pode ser verdade.
Foi tirado como “tarefa de casa”, uns ajudarem aos outros para que todos tivessem um endereço de e-mail para a próxima aula.
Nesta ida foi revisado o conteúdo e dado apoio àqueles que não conseguiram criar o seu e-mail ainda. Em seguida foi dado seqüência ao plano de trabalho com a aula sobre a criação de Blogs. Na seqüência dos trabalhos foi realizado o debate de como o Blog pode ajudar na difusão das informações que acontecem na comunidade;
Percebeu-se que para fixação do conteúdo anterior seria necessário o aprofundamento e a repetição de alguns conceitos que foram colocados neste encontro. A maioria da aula foi destinada a fixação do conteúdo da aula anterior, o que causou uma pequena quebra em nosso plano de trabalho.
A visita deste final de semana foi para dar seguimento ao plano de trabalho, contudo, neste momento procurou-se fixar o conteúdo passado na aula anterior sobre a criação de Blogs. Nesta semana também acontecia a semana nacional pela democratização da comunicação, por isso, levamos alguns cartazes e materiais sobre essa atividade para tentar despertar a reflexão dos alunos do porquê que aquilo estava sendo feito.
Foi fixado o conteúdo, inclusive com a criação do primeiro Blog deles que é http://meninasdojoaosura.wordpress.com. O debate também foi interessante, pois se buscou questionar conceitos de democracia e participação, o que foi bastante produtivo. Neste momento foi apresentado inicialmente o portal Wikipedia para pesquisa de conteúdo, mas isso será aprofundado na próxima aula.
Apesar das dificuldades o projeto Inclusão Digital e Cultura no Quilombo está sendo executado conforme o planejado. Acreditamos que a implantação do ponto GESAC (ainda em tramitação no ministério das comunicações) na comunidade dará maior segurança para continuidade do projeto, visto que hoje a solução implantada depende de custos de manutenção que só poderão ser mantidas até junho do ano que vem. Se for possível, pedimos que a própria Eletrosul nos ajude a “cobrar” do Ministério a liberação do ponto GESAC com urgência.
Neste meio tempo, percebemos forte solidariedade entre os membros da comunidade, de ajuda uns aos outros no aprendizado para utilização das ferramentas. Acreditamos que este é um processo de construção de outro formato de valores, baseados no comunitarismo que pode ajudar a comunidade a construir novos tipos de relação dela com sua população e dela com o ambiente externo.
<!– BODY,DIV,TABLE,THEAD,TBODY,TFOOT,TR,TH,TD,P { font-family:”Arial”; font-size:x-small } –>
Balanço Financeiro – Inclusão Digital e Cultura no Quilombo de João Surá | |||
Saldo Atual | R$ (4.113,85) | ||
Movimentações Financeira | |||
Data | Registro | Valor | Saldo na data |
28/04/08 | 1ª parcela patrocínio | R$ 4.000,00 | R$ 4.000,00 |
07/05/08 | Correios | -R$ 27,80 | R$ 3.972,20 |
22/05/08 | Combustível | -R$ 75,00 | R$ 3.897,20 |
23/06/08 | Correios | -R$ 22,70 | R$ 3.874,50 |
04/07/08 | Antena/Cabo | -R$ 180,00 | R$ 3.694,50 |
05/07/08 | Alimentos/Refeições | -R$ 39,69 | R$ 3.654,81 |
06/07/08 | Combustível | -R$ 25,00 | R$ 3.629,81 |
06/07/08 | Alimentos/Refeições | -R$ 9,00 | R$ 3.620,81 |
21/07/08 | Fita MiniDV | -R$ 87,40 | R$ 3.533,41 |
22/07/08 | Equipamentos rede | -R$ 14,80 | R$ 3.518,61 |
23/07/08 | Equipamentos Informática****** | -R$ 438,00 | R$ 3.080,61 |
23/07/08 | Tecido Cortina | -R$ 86,70 | R$ 2.993,91 |
24/07/08 | Papelaria e Informática | -R$ 61,40 | R$ 2.932,51 |
25/07/08 | Equipamentos rede | -R$ 13,85 | R$ 2.918,66 |
25/07/08 | Equipamentos rede | -R$ 240,00 | R$ 2.678,66 |
26/07/08 | Alimentos/Refeições | -R$ 53,77 | R$ 2.624,89 |
27/07/08 | Combustível | -R$ 29,00 | R$ 2.595,89 |
28/07/08 | Combustível | -R$ 7,14 | R$ 2.588,75 |
01/08/08 | Combustível | -R$ 7,00 | R$ 2.581,75 |
09/08/08 | Fita MiniDV | -R$ 240,00 | R$ 2.341,75 |
15/08/08 | Correios | -R$ 11,10 | R$ 2.330,65 |
15/08/08 | Equipamentos Informática | -R$ 595,00 | R$ 1.735,65 |
15/08/08 | Alimentos/Refeições | -R$ 62,37 | R$ 1.673,28 |
18/08/08 | Combustível | -R$ 52,00 | R$ 1.621,28 |
18/08/08 | Alimentos/Refeições | -R$ 7,57 | R$ 1.613,71 |
05/09/08 | Equipamentos rede | -R$ 35,00 | R$ 1.578,71 |
05/09/08 | Cadeado | -R$ 42,00 | R$ 1.536,71 |
06/09/08 | Alimentos/Refeições | -R$ 75,34 | R$ 1.461,37 |
06/09/08 | Combustível | -R$ 54,00 | R$ 1.407,37 |
06/09/08 | Equipamentos rede | -R$ 18,55 | R$ 1.388,82 |
08/09/08 | Combustível | -R$ 60,90 | R$ 1.327,92 |
15/09/08 | Combustível | -R$ 57,00 | R$ 1.270,92 |
22/09/08 | Tarifa pacote de serviços | -R$ 65,00 | R$ 1.205,92 |
24/09/08 | Combustível | -R$ 20,00 | R$ 1.185,92 |
25/09/08 | Combustível | -R$ 10,00 | R$ 1.175,92 |
03/10/08 | Combustível | -R$ 30,00 | R$ 1.145,92 |
07/10/08 | Combustível | -R$ 15,00 | R$ 1.130,92 |
11/10/08 | Combustível | -R$ 30,00 | R$ 1.100,92 |
17/10/08 | Combustível | -R$ 20,00 | R$ 1.080,92 |
20/10/08 | Tarifa pacote de serviços | -R$ 65,00 | R$ 1.015,92 |
21/10/08 | Combustível | -R$ 30,00 | R$ 985,92 |
23/10/08 | Banners | -R$ 212,00 | R$ 773,92 |
27/10/08 | Produção de Vídeo | -R$ 1.500,00 | R$ (726,08) |
27/10/08 | Combustível | -R$ 30,00 | R$ (756,08) |
28/10/08 | Desenvolvimento WebSite | -R$ 1.200,00 | R$ (1.956,08) |
01/11/08 | Combustível | -R$ 25,00 | R$ (1.981,08) |
02/11/08 | Combústivel | -R$ 30,00 | R$ (2.011,08) |
13/11/08 | Placa PVC + Banner | -R$ 52,00 | R$ (2.063,08) |
15/11/08 | Combustível | -R$ 50,77 | R$ (2.113,85) |
30/11/08 | Coordenação do Projeto (RPA) | -R$ 1.157,00 | R$ (3.270,85) |
30/11/08 | INSS | -R$ 143,00 | R$ (3.413,85) |
30/11/08 | Documentador | -R$ 623,00 | R$ (4.036,85) |
30/11/08 | INSS | -R$ 77,00 | R$ (4.113,85) |
Saldo 30/11/08 | R$ (4.113,85) |
Convite ao Fórum Mundial de Mídia Livre – Belém do Pará, Brasil, 26 e
27 de janeiro de 2009
Às vésperas do Fórum Social Mundial, midialivristas de todo planeta se
reúnem para somar forças e discutir a criação de novas formas de
comunicação.
Para aqueles(as) que praticam e lutam cotidianamente por uma outra
comunicação, o momento presente combina a ampliação de oportunidades com
o acirramento das desigualdades. Ao mesmo tempo em que se multiplicam
iniciativas cidadãs e contra-hegemô nicas de comunicação, acentua-se a
concentração das grandes corporações de mídia e explicita-se o papel
desses grupos como suporte do discurso hegemônico.
*1.* Os 30 anos de hegemonia neoliberal que antecederam a atual crise
econômica modificaram o mundo, a subjetividade, o imaginário humano e o
papel da informação na sociedade. Já as últimas décadas de mudanças
tecnológicas, de mutações no capitalismo, de invenção de outras formas
de compartilhar, viver, trabalhar, apontam para a crise dos modelos
neoliberais e para a emergência de novos paradigmas e outros imaginários.
*2.* Um consenso social tem sido modelado pelos sistemas de comunicação
interligados por interesses e tecnologias avassaladores. Ao mesmo tempo,
novas formas de resistência e contra-discursos surgem e se disseminam
buscando quebrar os “consensos”. Apesar das limitações, as novas
tecnologias servem à democracia participativa e surgem com impacto
global e capacidade de articular redes, que funcionam sob novos modelos.
*3.* Uma engrenagem dioturna, formada por grandes conglomerados da
comunicação, reproduz e vocaliza a mesma narrativa hegemônica que
condiciona impulsos, vontades, expectativas. Por outro lado, a
possibilidade da construção de outras narrativas e da apropriação de
novas mídias por novos sujeitos do discurso (coletivos, periferias,
minorias, etc.) é uma criação experimentada local, nacional e
globalmente, a despeito de novas formas de alienação. Nunca os processos
culturais, a economia criativa, a valoração da informação e do
conhecimento foram tão cruciais para se pensar a sociedade.
*4.* Esteja explícito ou não, muitas pessoas, redes, grupos estão
condicionados a forças descomunais cujo poder destrutivo evidencia-se na
incerteza desses dias, marcados por um modelo de sociedade cada vez mais
socialmente injusto, economicamente insustentável, ambientalmente
destrutivo, moralmente aético, acrítico e permissivo. A crise do
capitalismo, da mídia de massa e do pensamento único cria, no entanto,
uma oportunidade de reconfiguração das discussões sobre o papel da
comunicação e da informação no mundo contemporâneo.
*5.* Desvelou-se, neste /crash/ financeiro, o papel da mídia oligopólica
com influência crescente sobre os destinos da sociedade, inclusive
omitindo e isolando vozes e fatos dissonantes. As intersecções entre a
mídia e o poder dos mercados desregulados estreitaram- se nesses 30
anos. A financeirizaçã o da economia gerou uma contrapartida de
financeirizaçã o do noticiário, adicionando- se um novo instrumento à
manipulação da economia. Nada mais ilustrativo desse comprometimento do
que o persistente malabarismo de ocultação de um sistema especulativo só
reconhecido quando sua explosão ganhou evidência incontornável.
*6.* Estados, governos, democracias e processos de desenvolvimento foram
colocados à mercê dos desígnios e chantagens impulsionados por essa
lógica auto-destrutiva. A crise financeira expõe a crise do
neoliberalismo. As grandes estruturas de comunicação avalizaram esse
processo, emprestando- lhe legitimidade, sedução e argumentação
coercitivos. Sobretudo, revestindo-o de múltiplas estratégias de
desqualificaçã o das vozes dissonantes ecoadas por governantes,
partidos, lideranças sociais ou mesmo pela resistência de uma
subjetividade atemorizada e constrangida.
*7.* Não é mais possível lutar pela democratização econômica e social do
mundo ou de uma aldeia, sem erigir muitas vozes dos mais diversos
alcances, com influência internacional capaz de se contrapor à usina
forjadora de supostos consensos sociais. Da mesma forma que o
capitalismo é global, as lutas e a resistência são globais. Não queremos
produzir um novo consenso, mas defender a possibilidade das diferenças e
dos dissensos.
*8.* Essas vozes não serão um uníssono de sinal inverso ao que se
combate, mas justamente a combinação harmônica das distintas e variadas
vozes que hoje se levantam a partir da afirmação do direito à
comunicação dos diversos grupos e indivíduos comprometidos com a luta
por justiça social, e que tem nessa diversidade a sua fortaleza.
*9.* Neste momento, é ainda mais importante que os veículos não
alinhados ao pensamento hegemônico, os produtores independentes de mídia
e todos aqueles(as) que se pautam diariamente contra as injustiças e
opressões decorrentes do neoliberalismo se reconheçam na semelhança e na
pluralidade de suas inquietudes. A responsabilidade que nos une deve se
materializar em fóruns e ações de abrangência que se contraponham à
crise que se alastra por todo o globo.
*10.* Convidamos assim os veículos de informação democrática, as
comunidades, os coletivos, as entidades, os movimentos sociais, os
blogueiros e cada individuo – que é em si um comunicador -, a participar
do I Fórum Mundial de Mídia Livre, que acontece no Brasil (em Belém do
Pará), nos dias 26 e 27 de janeiro de 2009. As conclusões do FMML terão
importante incidência política nas deliberações do Fórum Social Mundial,
que acontece nessa mesma cidade, a partir do dia 27 de janeiro de 2009.
*11.* Certos de que compartilhamos as mesmas preocupações e sentimento
de urgência na construção de uma mídia livre e democrática, aguardamos a
confirmação de sua presença.
Fórum de Mídia Livre, Brasil, novembro de 2008
http://forumdemidia livre.blogspot. com/