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Fomento sem plano

sexta-feira, maio 6th, 2011

Audiência pública em Curitiba discute lei de incentivo à cultura no Paraná

Representantes do poder público e do movimento cultural paranaense se reuniram na última terça-feira, 03 de maio, para discutir a criação do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice). A audiência, realizada na Assembleia Legislativa do Paraná, foi convocada pela Secretaria de Estado da Cultura (Seec – PR) – a primeira entre 15 consultas a serem realizadas no estado até 14 de junho.


Representantes das organizações populares reivindicam Plano e Conselho Estadual de Cultura.

Apesar de enaltecer a intenção de debate público, Gilberto Manea, da articulação da Rede Paranaense de Pontos de Cultura, acredita que “não faz sentido discutirmos a lei de fomento sem termos um Plano Estadual de Cultura”. Ele defende que a lei deve estar atrelada à criação do Conselho Estadual de Políticas Culturais, “com formato deliberativo, para garantir a gestão pública das políticas culturais”.

O Paraná figura entre os três estados da União que não possuem conselho, um dos pressupostos para a entrada no Sistema Nacional de Cultura. Por esse motivo, o estado deixa de receber verba do governo federal e não participa do Programa Cultura Viva, que reconhece e financia iniciativas populares, os “Pontos de Cultura”.


Manifestantes pressionam para a assinatura do convênio com o governo federal

Profice

Segundo exposição de Maurício Cruz, coordenador de incentivo cultural da Seec, o Profice divide-se em duas vertentes: Fundo Estadual de Cultura, que pode utilizar até 0,5% da receita tributário líquida do Paraná; e Programa de Incentivo, por meio de convênio de renúncia fiscal (com pessoas físicas e jurídicas) de até 0,2% do ICMS.

Marila Velloso, representante do Fórum de Dança do Paraná, acredita que a lei de incentivo é um dos mecanismos necessários para legitimar a cultura no estado. “O cenário, de anos e anos de falta de diálogo com as políticas públicas, vem mudando desde 2002, com o desenvolvimento do Sistema Nacional de Cultura, a PEC 150 e o ProCultura, que está tramitando no Congresso”, explica. “É um espírito, mas também um conjunto de recursos e regulamentações”, acresenta Velloso.

“Com a aprovação da PEC 150, e a aderência do Paraná ao Plano Nacional de Cultura, o investimento no Fundo Estadual de Cultura seria de 1% do orçamento do estado”, adverte o deputado estadual Professor Lemos (PT – PR), que frisou a necessidade de termos um plano estadual para as políticas culturais.

Outro ponto levantado foi a representação da sociedade no comitê do Profice, que segundo Manoel Neto, do Fórum Permanente de Música do Paraná, está limitada à representação corporativista. “Temos que considerar questões étnicas e regionais, não nos restringindo à representação por setores artísticos”, defende.

Perspectivas

O secretário estadual de cultura, Paulino Viapiana, esclareceu que o intuito das audiências públicas é debater com a sociedade a minuta do projeto de lei do Profice, para que seja alterado e aperfeiçoado na medida do possível. “Trabalharemos no sentido do alinhamento com as políticas públicas nacionais”, sinaliza o secretário, que assumiu o compromisso de implantar o conselho ainda esse ano.

Para Gilberto Manea, é indispensável que o Paraná vá além e assine o Acordo de Cooperação Federativo, comprometendo-se com todos os princípios, diretrizes e ações do Plano Nacional de Cultura, “o que inclui o conselho, mas engloba o pacote todo”, explica. Marila Velloso sugeriu que o convênio seja assinado na última audiência pública sobre o Profice. A audiência que encerra o ciclo de debates pelo estado será realizada novamente em Curitiba, no dia 14 de junho.


Por Michele Torinelli, do Coletivo Soylocoporti

Queremos o Conselho Estadual de Cultura!

sexta-feira, setembro 17th, 2010

Manifestantes seguiram da praça Santos Andrade à Secretaria Estadual de Cultura nesta quinta (16)

Por Michele Torinelli

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“Chega de bobeira, chega de firula, queremos o Conselho Estadual de Cultura” – com essa reivindicação, representantes da classe artística paranaense e da cultura popular percorreram o centro de Curitiba nessa quinta (16).

O Paraná figura entre os três únicos estados do país que não possuem conselho estadual de cultura, ao lado de Minas Gerais e Rondônia. Recentemente o Ministério da Cultura chamou a atenção desses estados, sendo que a existência do conselho é premissa para que recebam verba do Plano Nacional de Cultura, segundo o qual 2% do PIB nacional será destinado à cultura (os estados e municípios que aderirem devem repassar 1,5% e 1% para para a área, respectivamente).

Outra reivindicação do movimento cultural do Paraná é que seja assinado o convênio estadual do programa cultura viva, cumprindo a promessa de implantação de 70 pontos de cultura no estado.

Os grupos Voa Voa Maracatu Brincante e Estrela do Sul animaram a manifestação

Os grupos Voa Voa Maracatu Brincante e Estrela do Sul animaram a manifestação

Além da pauta política, o ato contou com teatro de bonecos e maracatu. Como a secretária de cultura do estado, Vera Mussi, não estava presente no momento em que os manifestantes chegaram à secretaria, incumbiu-se uma comissão responsável por protocolar as reivindicações populares. Os documentos foram entregues à secretaria, à Assembleia Legislativa e ao governador do Paraná.

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