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Programa Cultura Viva inspira políticas culturais na América Latina

quinta-feira, janeiro 26th, 2012

I Encontro Mundial das Redes dos Pontos de Cultura e Rede Sem Fronteiras acontece em Canoas durante o Fórum Social Temático

Texto por Rachel Bragatto e imagens por Michele Torinelli

Com o objetivo de debater a internacionalização e o intercâmbio entre os pontos de cultura, foi realizado nessa quarta-feira (25) o I Encontro Mundial das Redes dos Pontos de Cultura e Rede Sem Fronteiras. Na atividade, que reuniu cerca de cem pessoas, estavam presentes representantes governamentais e de organizações culturais do Brasil, Colômbia, Costa Rica, Paraguai, Nicarágua, Uruguai e Argentina.


Ponteiros participam do debate

Iniciativa pioneira do Ministério da Cultura brasileiro, o Programa Cultura Viva, do qual fazem parte os Pontos de Cultura, representou uma ruptura com os antigos padrões de financiamento da área cultural. O governo passou a incentivar o trabalho de organizações e entidades civis, contribuindo para dar visibilidade à pluralidade e diversidade da cultura brasileira. Por meio da descentralização de recursos e empoderamento da sociedade, os fazedores de cultura tornaram-se articuladores e protagonistas de parte da política cultural nacional. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), os pontos de cultura reúnem hoje cerca de 8 milhões de pessoas em torno de suas iniciativas.

O modelo brasileiro influenciou e inspirou os vizinhos latino-americanos. Hoje, nove outros países do continente estão iniciando o processo de constituição de pontos de cultura e investindo na formação das suas redes. A Argentina, por exemplo, já conta com 98 experiências em curso e em Medelin, na Colômbia, foi recém-aprovada uma lei que cria e regulamenta os Pontos de Cultura.


Jorge Cardona, representante da Plataforma Puente de Medelin

Para o colombiano Jorge Cardona, representante da Plataforma Puente, é fundamental articular as iniciativas do continente para avançar na constituição de políticas culturais fortes e mobilizadas. Nesse sentido, Cardona propôs uma agenda de compromissos aos participantes que inclui a realização de atos concomitantes em diversos países; a proposição aos governos de um programa de cooperação cultural sulamericana e o mapeamento das iniciativas em voga nos países.

Na Costa Rica está em curso o debate sobre o novo Plano Nacional de Cultura, sendo que os pontos fazem parte desse projeto. “Até o momento o país conta com apenas um ponto de cultura em funcionamento sendo essa troca de experiências fundamental para que fortaleçamos laços e cresçamos juntos”, afirmou Rodrigo Martinez, representante do Colectivo 8 Redemolinos, de San José.


Rodrigo Martinez do Colectivo 8 Redemolinos, da Costa Rica

Além dos debates, a atividade contou com grupos de trabalho, responsáveis por elaborar propostas para uma agenda comum da Rede Mundial dos Pontos de Cultura. O documento deve estabelecer critérios e posicionamentos do movimento para a Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental, que ocorre no Rio de Janeiro em junho, encontro transversal à Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20.

Preocupações com a situação brasileira do programa Cultura Viva

Porém, nem tudo são flores no que se refere à situação brasileira. Assim como vem ocorrendo em diversos encontros dos fazedores de cultura, houve críticas à atual gestão sendo pontuadas desde questões orçamentárias até as próprias exigências legais do modelo de convênio.

Conforme Célio Turino, considerado um dos idealizadores do Programa Cultura Viva, é central que se discuta e aprimore o marco legal do programa de forma a estimular a autonomia dos atores e a quebra de hierarquias. “Esse marco não nos cabe e não devemos fazer com que os pontos se adaptem a ele. Precisamos modificá-lo para que ele se adapte à realidade dos pontos”, afirmou sob aplausos.

III Fórum de Midia Livre mobiliza a comunicação rumo a Porto Alegre

sexta-feira, janeiro 13th, 2012

Quarta-feira 11 de janeiro de 2012, por Rita Freire
Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada

É a terceira edição promovida pela comunicação brasileira, desta vez com participação internacional, e exibe uma pauta que vai bem longe de um debate corporativo entre pequenos meios. É estratégica.

Dias 27 e 28 de Janeiro, a Casa de Cultura Mário Quintana, espaço acolhedor do centro da cidade de Porto Alegre, que ja foi moradia do poeta gaúcho que deu nome ao lugar, atrairá jornalistas, blogueiros/as, desenvolvedores e usuários de Software Livre e ativistas da comunicação para fazerem juntos o III Fórum de Mídia Livre.

O ambiente será particularmente propício nesses dias. O Fórum compartilhará espaço com o evento “Conexões Globais“, dedicado a oficinas e práticas de comunicação com uso de internet, e que falará por meio de painéis e webconferências com indignados e indignadas que mundo afora estão utilizando as redes para mudar regimes, contestar políticas autoritárias e defender direitos e democracia direta.

O Fórum de Midia Livre introduzirá nesse ambiente o debate conceitual e político e as propostas para uma comunicação radicalmente democrática. É a terceira edição promovida pela comunicação brasileira e exibe uma pauta que vai bem longe de um debate corporativo entre pequenos meios. É estratégica. Acena para o direito à comunicação como estruturante dos debates. Para as políticas públicas como condicionantes da regulação, acesso e democratização da mídia. E para a apropriação tecnológica como um dos horizontes imediatos do movimento e também ferramenta de mobilização.

Participarão organizações chave do movimento de comunicação brasileiro como Intervozes, Centro de Estudos da Midia Alternativa Barão de Itararé e FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Mídia, movimento Blog Prog (blogosfera progressista), publicações como Revista Fórum e Viração, coletivos desenvolvedores de plataformas em software livre (ver artigo), pontos de cultura como Pontão Ganesha de Cultura Digital e Pontão Eco, e iniciativas de comunicação compartilhada como a Rede Viração. Imersão Latina, Coletivo Soylocoporti, além da própria Ciranda e do site WSFTV. entre outros coletivos

Mesmo brasileiro, o Fórum de Mídia Livre mostra claramente que internacionalizou seus diálogos. Terá presenças vindas da primavera árabe, para uma ponte com o I Fórum de Mídia Livre no mundo afro-árabe, programado para este primeiro semestre ainda e que será apresentado por Mohamed Legthas, do portal Ejoussour, do Marrocos, ao lado de mídias que atuam na ou sobre a Palestina Ocupada, um estado de Apartheid em pleno século XXI.

Os debates terão contribuições de palestrantes da América Latina, que avança em políticas democratizadoras do setor e enfrenta enorme bombardeio dos grandes meios de comunicação. E será também o passo inicial de 2012 rumo ao II Fórum Mundial de Mídia Livre, que ocorrerá em junho deste ano, inserido no calendário da Cúpula dos Povos para a Rio + 20.

A programação geral do III Fórum de Mídia Livre pode ser conferida no site do FML.

A revista “Cultura – da universidade às ruas” está disponibilizada na rede!

sexta-feira, dezembro 16th, 2011

A revista “Cultura – da universidade às ruas” já está disponível online. Trata-se de uma produção do Coletivo Soylocoporti a partir da Comunicação Compartilhada do Festival de Cultura, realizado desde 2006 em Curitiba.

Confira: http://issuu.com/soylocoporti/docs/revistafestivalcompleta

Saiba mais: http://festivaldecultura.art.br/noticias/festival-de-cultura-ganha-documentario-e-revista/

III Conferência Municipal de Cultura: para o governo federal ver

segunda-feira, dezembro 12th, 2011

Com formato que não favorece o debate das políticas municipais de cultura, conferência será realizada no final do ano para cumprir tabela. Movimento Pró-Conselho de Cultura do Paraná convida para Conferência Livre preparatória.

Só pela data em que ocorrerá, 17 e 18 de dezembro, a III Conferência Municipal de Cultura de Curitiba já poderia ser questionada. Mas há outros agravantes: os eixos de discussão propostos são focados nos produtos, esvaziando o debate político; participantes não-inscritos não têm direito a voz; e o relato da II edição da Conferência, realizada em 2009, não consta entre os textos de apoio disponibilizados pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) na página eletrônica do evento, e o mais grave, o documento não existia até então em nenhum outro espaço virtual.

A realização de conferências municipais a cada dois anos é prerrogativa para que o município faça parte do Sistema Nacional de Cultura – e receba verbas do governo federal. Esse parece ser o único motivo que leva a FCC a realizar a Conferência, sendo o debate político aparentemente uma pedra no sapato a ser evitada ao máximo pela Fundação. Pelos eixos propostos, dá para perceber o quão difícil será discutir políticas públicas de fato – eles são voltados para os produtos, de maneira tecnicista, de modo a blindar o debate político.

Inscreva-se e informe-se sobre a III Conferência Municipal de Cultura de Curitibahttp://cmc2011.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/, e participe da Conferência Livre, quinta-feira (15) às 18h30 na rua Visconde de Nácar 1388, conjunto 12.

Diretrizes temáticas

Os eixos estabelecidos para essa Conferência são: I) Patrimônio Cultural e Natural; II) Design e Serviços Criativos; III) Artes Visuais e Artesanato; IV) Livros e Periódicos; V) Audiovisual e Mídias Interativas; e VI) Espetáculos e Celebrações. Agora compare com os eixos da Conferência anterior, que aderiu às sugestões nacionais: I) Produção Simbólica e Diversidade Cultural; II) Cultura, Cidade e Cidadania; III) Cultura e Desenvolvimento Sustentável; IV) Cultura e Economia Criativa; e V) Gestão e Institucionalidade da Cultura. A partir dos eixos de 2009, conseguimos construir propostas e travar o debate. Aparentemente, isso não é desejável – ao menos é o que as escolhas dos temas dessa conferência dão a entender.

Contraditoriamente, dois dos objetivos da III Conferência Municipal de Cultura de Curitiba, que constam no regimento, são:

I – Discutir a cultura com ênfase na construção de políticas transversais em nível local, regional e nacional, nos seus aspectos da memória, de produção simbólica, da gestão, da participação social e da plena cidadania;

VIII – Apresentar sugestões para a elaboração, implementação e acompanhamento do Plano Municipal de Cultura e recomendar metodologias de participação, diretrizes e conceitos para subsidiar a sua elaboração.

Voz ao povo

Na conferência passada, o regulamento não previa poder der voz aos participantes, somente por escrito. Por pressão do setor não-governamental, conseguimos reverter esse item do regimento na aprovação do mesmo, primeira etapa dos trabalhos da conferência. Esse ano o regimento prevê poder de voz e voto aos participantes, contudo os não-inscritos não têm poder a voz. Por quê? Qual a justificativa para negar a um cidadão, qualquer que seja, o direito de emitir sua opinião num espaço de construção de políticas públicas?

Sem memória

Outro ponto complicado é que entre os documentos de referência do evento, não está o relato da II Conferência Municipal de Cultura, realizada em 2009. Aliás, ele não está em nenhum lugar na internet, nem no site da FCC. Sorte que Yuki Dói, do Fórum de Dança de Curitiba, conseguiu uma cópia física como membro suplente do Conselho Municipal de Cultura, a qual escaneamos e disponibilizamos – http://issuu.com/soylocoporti/docs/conferencia_munic_2009_relatorio. Isso desvaloriza o trabalho da própria FCC, assim como o sentido da Conferência. Ou trata-se de um descuido imenso com a memória pública ou de fato não há interesse em dar continuidade, em aprofundar a construção coletiva.

Encontro preparatório

Em 2009, no processo de preparação da II Conferência, surgiu o Movimento Pró-Conselho de Cultura do Paraná, que aglutina entidades não-governamentais em prol da democratização da cultura. O Movimento atuou na II Conferência, de modo a apresentar propostas elaboradas conjuntamente que representem pontos de vista que não os da FCC – sendo que um dos principais elementos do exercício da democracia é a manifestação da pluralidade e o confronto de ideias.

Por isso, convidamos a debater e elaborar propostas coletivas – com apenas 20 pessoas, a reunião já passa a ser considerada Conferência Livre, e assim poderemos enviar propostas diretamente para a Conferências Municipal. Participe!

Conferência Livre de Cultura de Curitiba

15/12 às 18h30 (2a chamada – 19h)
Rua Visconde de Nácar, 1388 conjunto 12

Realização:
Movimento Pró-Conselho de Cultura do Paraná
Associação dos Compositores
Coletivo Soylocoporti
Fórum de Dança de Curitiba
Secretaria de Cultura PT-PR

Apoio: Membros dos Colegiados Setoriais e do CNPC de Música, Dança, Teatro, Culturas Populares, Artes Visuais e Literatura.

Festival de Cultura ganha documentário e revista a partir de Comunicação Compartilhada

sexta-feira, dezembro 9th, 2011

O Coletivo Soylocoporti lança o documentário e a revista Cultura – da universidade às ruas, que contam a história dos cinco anos do Festival de Cultura sob diferentes perspectivas

A partir de um acervo colaborativo de fotos, textos e material audiovisual, o Coletivo Soylocoporti produziu a revista e o documentário Cultura – da universidade às ruas”. O evento de lançamento ocorrerá na quarta-feira (14) no Centro de Criatividade do Parque São Lourenço, a partir das 18h, com finalização prevista para as 22h.

A iniciativa conta com o apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – além da exibição do documentário, haverá coquetel e show com as bandas Urbit e Juruá. A revista será distribuída gratuitamente.

O acervo trabalhado abarca materiais dos cinco anos de Festival – de 2006 a 2010. A cobertura colaborativa é viabilizada por meio da Comunicação Compartilhada, uma prática inspirada nas ações de comunicação do Fórum Social Mundial que busca outras formas de se produzir comunicação, com motivos alheios ao mercado, voltada ao interesse público e ao exercício do direito à comunicação.

O documentário foi produzido a partir de 35 horas de gravação, feitas por 15 colaboradores”, conta Gustavo Castro, editor do produto audiovisual. Inclusive no dia do evento todos estão convidados a cobrir em diferentes formatos e postar no blog da Comunicação Compartilhada – e quem sabe fazer parte de um próximo produto do Festival.

Comunicação Compartilhada

Comunicação Compartilhada durante o Festival de Cultura de 2009. Imagem: Michele Torinelli.

Dentro da perspectiva de um Festival plural e diverso, nada mais adequado que pensar a comunicação também de modo multifacetado. Partindo das experiências de comunicação compartilhada realizadas nos Fóruns Sociais Mundiais e após uma oficina de formação com Rita Freire, da Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada, iniciou-se em 2009 um processo de formação de equipe e de método de trabalho.

Jornalistas, Pontos de Cultura, video-makers, fotógrafos, estudantes e interessados em produzir conteúdo midiático sobre as atividades do Festival foram chamados para contribuir. Mesmo durante o evento seguiu-se distribuindo panfletos chamando as pessoas para fazerem parte da cobertura. A proposta era participar do Festival não apenas assistindo às apresentações, mas contribuindo para o registro das atividades a partir do olhar de cada um.

O resultado foi a produção, durante os quatro dias do Festival de 2009, de cerca de trinta textos, vinte vídeos e mais de três mil fotos. Muito mais foi feito em 2010, e a produção da revista e do documentário “Cultura – da universidade às ruas” vem para consolidar a Comunicação Compartilhada do Festival e contar essa história, de modo que permita cada vez mais o diálogo e a expressão de diferentes pontos de vista.

Festival de Cultura

Organização do Festival de Cultura 2006 junto com a banda Mundo Livre S/A. Imagem: Acervo Soylocoporti.

Há seis anos, alguns diretórios acadêmicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) pensaram em se reunir e produzir um encontro cultural. “Ainda não tínhamos uma estratégia clara do que queríamos com tudo aquilo, um Festival de Cultura que reunisse estudantes de todos os cursos da UFPR. Mas tínhamos a certeza de que era com movimento e cultura que transformaríamos a visão do Movimento Estudantil, aglutinando gente, bagunçando os pré-conceitos, causando uma aparente desordem, mas com muita organização”, conta João Paulo Mehl, do Coletivo Soylocopori, na época do Centro Acadêmico de Administração (CEAD).

Foram reuniões, conversas, correrias, shows, oficinas, debates e improvisos – tudo regado a muita disposição e construção coletiva. De 2006 a 2008, o Festival evoluiu junto com seus organizadores e participantes. “Nos unindo numa aglutinação de estudantes de várias áreas e tendências, deixando as diferenças de lado, foi possível construir algo novo e adentrar em terras nunca antes exploradas por aquela geração universitária, que foi somando ideias e abrindo portas”, lembra Angélica Varejão, também do Soylocoporti, e que fazia parte do movimento estudantil da UFPR. A iniciativa reuniu, além de Diretório e Centros Acadêmicos, entusiastas da cultura popular e alternativa, contando com apresentações culturais, debates, oficinas e exposições.

Tenda da Cura na reitoria da UFPR. Imagem: Ivan Gama.

Em 2009, o Festival ultrapassou os muros da universidade e ocupou espaços públicos no centro de Curitiba, impulsionado pelo Pontão de Cultura Kuai Tema, iniciativa do Soylocoporti junto ao Ministério da Cultura (MinC). Nesse anos, a organização do Festival decidiu descentralizá-lo ainda mais, enfrentando mais desafios. Para além da parceria consolidada com a universidade, contou-se com o apoio do MinC e da Prefeitura de Curitiba, e os Pontos de Cultura*paranaenses somaram-se aos participantes dos outros anos.

*Pontos de Cultura são entidades reconhecidas e apoiadas financeira e institucionalmente pelo MinC que desenvolvem ações de impacto sociocultural em suas comunidades. Os Pontos são a principal ação do Programa Cultura Viva, iniciativa do Ministério da Cultura (MinC), concebido como uma rede orgânica de criação e gestão cultural. (fonte: Ministério da Cultura)

Amadurecimento

Uma barreira foi ultrapassada quando o Festival ampliou sua atuação da universidade às ruas – e o quinto Festival manteve essa proposta. Com o tema Unidade em Movimento, o objetivo dessa edição foi promover a reflexão sobre os motivos que unem os agentes da cultura popular e alternativa, assim como integrar suas perspectivas e ações. “Com menos apoio – devido à desarticulação do programa Cultura Viva por parte do MinC e o consequente estado de espera gerado no Pontão Kuai Tema (assim como em toda a rede de Pontos) – o Festival de 2010 foi feito na raça, de forma totalmente voluntária e colaborativa”, explica Michele Torinelli, do Soylocoporti.

Vale destacar que, em todas suas edições, as atividades do Festival na Universidade, nas praças e ruas de Curitiba são disponibilizadas gratuitamente para a população – sejam oficinas, debates, exposições, mostras ou apresentações culturais. Em 2009, foram mais de 130 atividades gratuitas, realizadas em locais públicos.

História

Teatro em praça pública. Imagem: Lisa Correa.

São milhares de pessoas que ao longo desses cinco anos dialogaram, desenvolveram seu olhar, mostraram sua cultura, expandiram sua arte. Centenas de pessoas que passaram pela organização do Festival, e descobriram como criar a ponte entre o ideal e o real. É um amadurecimento que aglutina universidade, estudantes, coletivos, movimentos e agentes da cultura popular. Que cria a ponte entre diversos setores da sociedade, oferecendo atividades gratuitas à população – mais de 15 mil pessoas foram atingidas ao longo desses cinco anos de Festival.

Em 2011 a organização do Festival optou por resgatar o acervo desses cinco anos produzindo um documentário e uma revista sobre o Festival de Cultura. Outra medida adotada é a formação de um Comitê Organizador permanente, que já tem se reunido e planejado o Festival de Cultura 2012, com o objetivo de profissionalizá-lo e torná-lo perene.


Serviço

Lançamento da revista e do documentário “Cultura – da universidade às ruas”

14 de dezembro (quarta-feira)

Centro de Criatividade do Parque São Lourenço (rua Mateus Leme s/n)

18h às 22h


Teaser da revista “Cultura – da universidade às ruas”: issuu.com/soylocoporti/docs/revista_teaser

Blog da Comunicação Compartilhada do Festival de Cultura: cc.nosdarede.org.br

Festival de Cultura – festivaldecultura.art.br

Coleitivo Soylocoporti – soylocoporti.org.br


Contatos

Michele Torinelli – 41 3092 0463

Editora da revista “Cultura – da universidade às ruas”

[email protected]

Gustavo Castro – 41 9622 7997

Editor do documentário “Cultura – da universidade às ruas”

[email protected]

14.12 – Lançamento da revista e do documentário “Cultura – da universidade às ruas”

quinta-feira, dezembro 1st, 2011

No dia 14 de dezembro, quarta-feira, você poderá conferir os 5 anos de história do Festival de Cultura. Venha celebrar com a gente, buscar seu exemplar da revista e assistir ao documentário “Cultura – da universidade às ruas”!

Sinta o gostinho da revista aqui.

Ato público em defesa do orçamento da Cultura – 23.11 – Brasília

quarta-feira, novembro 16th, 2011

Fórum da Internet começa em São Paulo

quinta-feira, outubro 13th, 2011

Com apenas uma mulher entre 14 convidados à mesa,  I Fórum da Internet no Brasil começa com histórico da apropriação da rede e alertas em defesa da banda larga como um direito

Por Rita Freire e Michele Torinelli, para a Ciranda

 

A tecnologia ainda é entendida como um domínio masculino, mesmo quando se trata do fenômeno mais sintonizado com as transformações atuais da sociedade e parte das causas dessas mudanças: a Internet.

Um sintoma é a composição da mesa que abriu, nesta manhã, o Fórum da Internet no Brasil, com apenas uma mulher – a deputada Manuela D’Avila – entre 14 convidados à mesa de abertura do evento, organizado pelo CGI.br, Comitê Gestor da Internet no Brasil, para debater os rumos e a gestão da rede.

O encontrou que atraiu participantes dos vários cantos do país ao Expo Center Norte, para dois dias de debate (13 e 14), foi aberto pelo diretor presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) Demi Getchko, que fez uma retrospectiva da história e de fenômenos relacionados com a rede no país. Apontou, por exemplo, que os códigos abertos, que asseguram liberdades tecnológicas na rede, só existem por causa da Internet, e na verdade os dois foram criados juntos, são interligados.

Um aspecto interessante do desenvolvimento da Internet no Brasil foi o modo como a rede foi apropriada, que mostra um protagonismo importante da sociedade civil organizada. Se a primeira leva de usuários ocorreu dentro da academia, como ferramenta de apoio ao intercâmbio da produção científica, a segunda e grande leva se deu no momento de intercambiar debates das organizações e movimentos sociais envolvidos com a construção da conferência paralela à Conferência do Meio Ambiente da ONU, Eco 92, que em 2012 completará 20 anos com uma nova conferência no Rio. Só então viria a leva de apropriação pelos setores governamentais e, depois, pela sociedade civil em geral.

Os debates hoje sobre o uso e regulação da rede colocam em questão as liberdades dos usuários e, segundo Demi Getchko, é preciso entender que controle é diferente de segurança. As ferramentas podem ser utilizadas para esclarecer crimes, mas não devem ser usadas para controle dos usuários.

Para o segundo conselheiro a falar, Sérgio Amadeu, a internet deve ser considerada um direito humano. A rede veio mudar o ecossistema da comunicação, em que era difícil falar pelos meios tradicionais, e que foi subvertido.”Todos podem publicar sem pedir autorização para ninguém. E essa cultura da liberdade, que está acima da cultura da permissão, é fundamental para o conhecimento científico”, defende.

Mas segundo Amadeu, quem chegou à rede depois acha que isso deve ser mudado. A Internet está sob ataque no mundo inteiro. “Não podemos permitir que sejam criadas legislações que cerceiem a interatividade por meio do controle”, alertou. É preciso, segundo ele, encontrar o equilíbrio entre liberdade, interatividade e segurança.

A falta de acesso à banda larga no Brasil, uma das mais caras do mundo e que não chega aos extremos do território nacional, é o grande entrave para assegurar a Internet como um direito. “Precisamos diminuir o custo Brasil de comunicação”, disse Sérgio Amadeu, fazendo um apelo pela difusão da campanha “Banda Larga é Um Direito Seu”.

A disputa pelo Plano Nacional de Banda Larga, alvo da campanha, também foi apontada como estratégica pela deputada Manuela D’Avila, ao afirmar que os rumos da internet não pode ser assunto para poucos. “Queremos uma comunicação que quebre o fluxo unilateral dos meios de comunicação de massa”, defende. Segundo ela, trata-se da diferença entre se ter uma comunicação de poucos para muitos ou de muitos para muitos. Como única mulher palestrante, Manuela lembrou que a reduzida representação na mesa não reflete o que acontece na rede, onde as mulheres têm presença de peso como usuárias e defensoras da democratização da comunicação.