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Exibição de lançamento da série de vídeos documentários «Relações de Fronteiras – Pontos Extremos» – Cinemateca de Curitiba 05 de Julho

segunda-feira, julho 2nd, 2012

O Soylocoporti convida para a exibição de lançamento dos vídeos documentários Relações de Fronteira – Pontos Extremos no dia 05 de julho, quinta-feira, às 20h na Cinemateca.

Saiba mais sobre o projeto:

Coletivo Soylocoporti atravessa o país para documentar a Cultura Indígena brasileira

Ponto de Cultura selecionado pelo Edital do Laboratório Cultura Viva fala sobre a produção de documentários no interior da Floresta Amazônica

Laboratório Cultura Viva

O Coletivo Soylocoporti, através do Pontão de Cultura Kuai Tema, foi um dos vinte Pontos de Cultura selecionados pelo Edital do Laboratório Cultura Viva para a produção de uma série de documentários que estarão disponíveis em 2012 na Revista Eletrônica Cultura Viva.

A série que o Coletivo está produzindo fala em geral sobre a cultura indígena e os povos da região Amazônica. “As histórias que iremos contar nesses documentários nos remetem ao homem e a sua origem segundo os povos da região, lendas e mitos que são recorrentes em diversos povos ao longo do rio Negro. Também acompanhamos o processo artesanal de feitio de objetos sagrados para o povo Tukano e os hábitos alimentares, desde o plantio até mesa da comunidade”, explicou Gustavo Castro, um dos associados do Coletivo Soylocoporti.


A integração latino americana é uma das lutas do Coletivo Soylocoporti, que trabalha com a promoção da autodeterminação dos povos latino-americanos por meio da difusão e valorização da cultura popular e da democratização da comunicação desde 2005.

A equipe, que tem sua sede no Paraná, percorreu milhares de quilômetros de distância para produzir os documentários. “Esse documentário desde o início se colocou como um grande desafio para nós, pois é um projeto ousado na medida que tivemos sair do sul do país, e chegar até a fronteira noroeste com a Colômbia, região de difícil acesso e isolada no coração da floresta Amazônica”, comentou Gustavo.

Pela aventura de gravar na Floresta Amazônica e a dificuldade na logística de transporte, o Coletivo Soylocoporti precisou lidar com muitas adversidades durante a produção do documentário. “Tivemos que reduzir a equipe de produção ao máximo em todas as etapas para que nosso orçamento não estourasse os custos operacionais do projeto e também lidar com as doenças endêmicas da região, como a Malária que atacou um membro de nossa equipe”, disse Gustavo.

Apesar das dificuldades, o Coletivo prosseguiu com muita energia na produção dos vídeos.”Durante as filmagens na comunidade indígena do Balaio, buscamos encantar nosso olhar para a cultura e a tradição de um povo que se encontra na transição entre o modo de vida indígena originário e o do homem branco. Em que a fusão de costumes já pode ser evidenciada”, comentou Gustavo.

Esta experiência com os povos indígenas surgiu como proposta associada ao Projeto Relações de Fronteiras – Pontos Extremos. “Em 2009 a Rede Povos da Floresta intermediou, junto com outras Instituições e órgãos do Governo Federal, debates sobre a implantação de cerca de trinta Pontos de Cultura Indígenas (PCI’s), na região amazônica”, informou Michele Torinelli, também associada ao Coletivo.

Álvaro Tukano, um dos principais fundadores da Federação das Organizações indígenas do Rio Negro e personagem guia deste documentário, tornou-se coordenador do PCI Centro Cultural Aldeia Balaio. “Ele vive estrategicamente em Brasília para reivindicar junto ao Ministério das Comunicações a implantação de 14 antenas Gesac na região de fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela. Este projeto é a investigação etnopoética sobre as relações entre os saberes tradicionais e as novas de formas de informação e comunicação impulsionadas pelos Pontos de Cultura nas linhas de fronteiras do Brasil com outros países da América Latina”, explicou Gilberto Manea, diretor do projeto.

“É importante discutir isso num documentário porque os indígenas precisam falar e nós precisamos escutar (não só o contrário), talvez assim descubramos o indígena que há em cada um de nós. Infelizmente os nativos do nosso continente são massacrados e marginalizados desde 1492. Queremos atuar para a mudança desse sinistro paradigma e valorizar as sabedorias dos povos tradicionais”, conclui Michele.

Avaliando o trabalho do Laboratório Cultura Viva, Gustavo dá um depoimento positivo. “É um grande prazer fazer parte de um projeto em que podemos intercambiar conhecimento e experiências com grupos de todo o Brasil.

Ele considera significativo trabalhar com o Lab Cultura Viva na produção desses documentários. “É importante para mostrar a força e o talento da rede de Pontos de Cultura do Brasil que, apesar de toda a adversidade proveniente das esferas ministeriais, segue se aglutinando e produzindo em efervescência. Depois a necessidade de mostrar um Brasil que, devido a sua proporção continental e sua diversidade, dificilmente consegue se conhecer em plenitude. Em nosso projeto mostraremos uma região longínqua, habitada por um povo que guarda conhecimento e hábitos que nos remetem à gênese humana”, diz Gustavo.

O Rio vai reunir a mídia livre, por uma outra comunicação. Participe!

segunda-feira, maio 7th, 2012

O II Fórum Mundial de Mídia Livre se organizará através de painéis, desconferências (debates livres), oficinas e plenárias previstos para o Rio de Janeiro. Os formatos estão abertos.

Centenas de representantes das mídias livres estão se preparando para ir ao Rio de Janeiro, em junho de 2012, para ajudar a fazer a Cúpula dos Povos da Rio+20, evento paralelo à Conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável. Trabalharão para difundir a voz dos povos reunidos na Cúpula, que em vez de falar em manejo do meio ambiente pelo poder econômico, falarão em caminhos para a justiça ambiental e social. Essas mídias terão uma agenda própria dentro da Cúpula, onde se encontrarão para realizar o II Fórum Mundial de Mídia Livre, além de cobrir as atividades e os temas da Rio +20.

O que são as mídias livres?

Comprometidas com a luta pelo conhecimento livre e por alternativas aos modelos de comunicação monopolizados ou controlados pelo poder econômico, as mídias livres são aquelas que servem às comunidades, às lutas sociais, à cultura e à diversidade. Praticam licenças favoráveis ao uso coletivo e não são negócios de corporações. Compartilham e defendem o bem comum e a liberdade de expressão para todo mundo e não apenas para as empresas que dominam o setor. Entendem a comunicação como um direito humano e, por isso, querem mudar a comunicação no mundo.

Quem é a mídia livre?

São sites ativistas e publicações populares, rádios e tvs comunitárias, pontos de cultura (no Brasil) e muitos coletivos atuantes nas redes sociais. Também são as agências, revistas e emissoras alternativas, sem finalidade de lucro, especializadas ou voltadas a trabalhar com as pautas propostas pelos movimentos sociais, sindicais, acadêmicos ou culturais. Dentro ou fora desses espaços, também são mídia livre as pessoas – jornalistas, comunicadoras(es) e educomunicadoras(es), blogueiras(os), fazedoras(es) de vídeo, oficineiras(os) e desenvolvedores(as) de tecnologias livres que hoje constituem um movimento crescente pelo direito à comunicação .

O II Fórum Mundial de Mídia Livre

Depois de três fóruns no Brasil (Rio de Janeiro 2008, Vitória 2009 e Porto Alegre 2012), dois encontros preparatórios no Norte da África (Marrakesh 2011 e Tunis 2012), uma edição mundial (Belém 2009) e uma Assembléia de Convergência no Fórum Social Mundial (Dacar 2011), a mídia livre vai aos poucos construindo suas agendas, regionais e global, que terão um avanço importante no Rio de Janeiro, com a segunda edição mundial.

O II Fórum Mundial de Mídia Livre se organizará através de painéis, desconferências (debates livres), oficinas e plenárias previstos para o Rio de Janeiro. Os formatos estão abertos. As atividades serão inscritas e organizadas pelos próprios coletivos e organizações interessadas em promovê-las, dentro de um programa construído coletivamente e orientado por eixos que apontam para a relação entres as mídias livres e o direito à comunicação, as políticas públicas, a apropriação tecnológica e os movimentos sociais.

Uma agenda global em construção

O direito à comunicação

O direito à comunicação precisa ser garantido e respeitado como um direito humano, mas é constantemente ameaçado ou mesmo negado em muitos lugares do mundo, com emprego de extrema violência. Um dos aspectos desse direito é a liberdade de expressão, hoje assegurada somente para as empresas que controlam grandes cadeias de comunicação e entretenimento, que não querem a sociedade participando da gestão do sistema, e para governos que ainda temem a comunicação livre como ameaça à segurança do país ou à sustentação do poder. O direito a comunicação deve ser conquistado em um sentido integral, para além do acesso à informação manipulada pelo mercado ou grandes poderes, englobando acesso e uso dos meios, democratização da infra-estrutura e produção de conteúdos, e expressão da diversidade artística e cultural e pleno acesso ao conhecimento. O Fórum Mundial de Mídia Livre terá pautas e debates sobre o direito à comunicação em diferentes contextos, como a África e o México, por exemplo, onde a violência contra jornalistas e comunicadores(as) tem sido pauta prioritária dos movimentos de comunicação.

Políticas Públicas

A Lei de Meios da Argentina repercutiu com força em processos regionais e preparatórios do FMML, como em Porto Alegre e em Marrakesh, com testemunhos de ativistas e pesquisadores de comunicação daquele país, e deve novamente ser um dos assuntos do II FMML, seja por ter oferecido um modelo de legislação mais democrática que pode inspirar outros países, seja pela forte reação contrária que provocou nas grandes corporaçães do setor da comunicação. Mas não será o único caso de regulação e políticas públicas de interesse das mídias livres.

Ao ser realizado no Brasil, o II FMML deve jogar peso das agendas das mídias livres para a comunicação no país, o que significa que o governo precisa encaminhar as propostas da sociedade civil brasileira para um novo marco regulatório das comunicações, democratizando o setor; que as rádios comunitárias devem ter atendidas sua pauta de reivindicações, com anistia aos radialistas presos e condenados; e que o Congresso precisa votar e aprovar o Marco Civil da Internet, que pode ser modelo para assegurar a neutralidade da rede. A mídia livre deve jogar peso também na retomada das políticas da área cultural que tinham os pontos de cultura, as tecnologias livres e as filosofias “commons” como carro chefe, e hoje estão em claro retrocesso.

Leis, regulações e o papel do Estado na promoção do direito à comunicação já são parte dos debates das mídias livres em diferentes países e devem movimentar a agenda do II FMML.

Apropriação Tecnológica

Se antes eram os meios alternativos que buscavam formas colaborativas e compartilhadas de produzir comunicação, hoje são as grandes corporações que dominam o setor e atraem milhões de pessoas para as suas redes sociais. No entanto, o ciclo de expansão dessas redes também tem sido uma fase de coleta, armazenamento e transformação de dados pessoais em subsídios para estratégias de mercado e comportamento, além da padronização do uso da rede em formatos pré-ordenados e possibilidade de supressão de páginas ou ferramentas de acordo com os interesses corporativos. Soma-se a este controle a movimentação da indústria do direito autoral e das empresas de telecomunicação para aprovar leis que permitam associar vigilância à punição arbitrária de usuários, em favor dos negócios baseados na exploração e uso da rede.

As liberdades e a diversidade da internet dependem da liberdade de acesso, proteção de dados pessoais, abertura de códigos, apropriação de conhecimentos e construção de conexões alternativas, de autogestão das próprias redes. Estes serão debates marcantes do II FMML, mobilizando desenvolvedores e ativistas do software livre, defensores da neutralidade da rede, educomunicadores e oficineiros e movimentos interessados em democratizar o acesso à tecnologia, universalizar a banda larga e assegurar a apropriação dos recursos de comunicação, sejam ferramentas de edição de vídeos, transmissão de dados pela rede ou a própria radiodifusão comunitária. Desenvolvedores, coletivos e comunidades adeptas das redes livres, abertas e geridas fora dos interesses do mercado se encontrarão neste eixo para debater um PROTOCOLO para as redes livres, capaz de facilitar sua interconexão sem destruir sua diversidade.

Movimentos Sociais

As mídias livres e o exercício da comunicação em rede têm sido fundamentais para facilitar a articulação e dar a devida visibilidade às mobilizações de rua desde a primavera árabe, enfrentando regimes ao norte da África, a ditadura das finanças na Europa e o próprio sistema capitalista nos Estados e nas ocupações que também ocorrem no Brasil e outros países da América Latina.

Além dos chamados ativismos globais, os movimentos sociais têm assumido que a comunicação é estratégica para fortalecer suas lutas, impondo a crítica cotidiana da grande mídia e o uso de meios alternativos para falar à sociedade e defender-se da criminalização. Cada vez mais fica claro que o direito de expressar essas vozes contestadoras da população exige o engajamento dos movimentos sociais no movimento por uma outra comunicação.

Este debate, no II FMML, concretiza o fato de que as mídias livres são, de um lado, a comunicação que se ocupa das lutas sociais e, de outro, os movimentos sociais que lutam também pela comunicação .

O II FMML, o FSM e a Cúpula dos Povos

O Fórum de Mídia Livre, em seus processos regionais ou internacionais, se insere no processo do Fórum Social Mundial, adotando sua Carta de Princípios e contribuindo com subsídios e práticas para a construção de suas políticas de comunicação.

Na Cúpula dos Povos, as mídias livres utilizarão o conceito de Comunicação Compartilhada, construído no percurso histórico do Fórum Social Mundial, e fundado na idéia de que recursos, espaços e atividades podem ser compartilhados para ações midiáticas comuns de interesse das lutas sociais.

Na Cúpula dos Povos, as mídias livres contribuirão com propostas e debates para fortalecer a agenda dos Bens Comuns, onde comunicação e cultura são grandes bens da humanidade, indissociáveis da Justiça Ambiental e Social, e para inserir o direito e a defesa da comunicação nos documentos, agendas e propostas dos povos representados por seus movimentos sociais no Rio de Janeiro.

Serviço

II Fórum Mundial de Mídia Livre

Quando – 16 e 17 de Junho de 2012

Onde: Rio de Janeiro, RJ – Brasil, no contexto: Cúpula dos Povos para a Rio + 20

Locais das atividades:

16 a 17 de Junho

Universidade Federal do Rio de Janeiro (Programação Central, com debates, oficinas e plenária)

Período da Cúpula dos Povos: (15-23 de Junho)

Aterro do Flamengo – (Coberturas Compartilhadas, Fóruns de Rádio e TV, oficinas)

Aterro do Flamengo – (Assembleia de Convergência sobre Mercantilização da Vida e Bens Comuns)

Sites

medias-libres.rio20.net

forumdemidialivre.org

freemediaforum.org

ciranda.fmml

Caravana da UNE – 10 de abril em Curitiba

quinta-feira, abril 5th, 2012

Marcha pelo fim da violência contra as mulheres e pela preservação da natureza acontece em Curitiba

quarta-feira, março 7th, 2012

Para marcar o Dia Internacional da Mulher, será realizada amanhã a “Marcha das Mulheres do Campo e da Cidade: por Justiça Social e Ambiental”, com concentração às 9h, na Praça Santos Andrade. A manifestação é uma iniciativa de cerca de 20 organizações do Paraná, entre elas o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a Marcha Mundial de Mulheres, sindicatos, entidades estudantis e movimentos populares urbanos.

A Marcha traz para o debate temas como educação, trabalho, direitos sexuais reprodutivos, mercantilização do corpo das mulheres, soberania alimentar e violência contra as mulheres. O ato será dividido em três partes, com início na Praça Santos Andrade. Da concentração, o grupo segue em caminhada até o cruzamento entre as ruas Marechal Deodoro e Marechal Floriano Peixoto, onde haverá nova parada, e a marcha se encerra na Boca Maldita.

Para a integrante do MST Sirlene Alves de Morais, uma das coordenadoras da atividade, a manifestação das mulheres toca em temas que estão diretamente ligados à vida das mulheres urbanas e do meio rural. “A aliança entre o campo e a cidade é muito importante na luta pela preservação da natureza e pelo fim da violência contra as mulheres, pois é a sociedade toda que sofre”, afirma Sirlene, moradora do assentamento Guanabara, município de Embaú/PR.

A organização da Marcha estima que estejam presentes cerca de duas mil pessoas, vindas de diversos municípios do Paraná.

Programação
9h – Concentração na Praça Santos Andrade
Batucada Feminista
Falas dos Movimentos
Organização dos blocos para a caminhada

10h30 – 1º ato
Tema: Educação, cultura e diversidade / trabalho das mulheres, poder dos homens/ previdência
Local: escadaria da UFPR, na Praça Santos Andrade

11h15 – 2º ato
Tema: Saúde e direitos sexuais reprodutivos / mercantilização do corpo das mulheres / violência
Local: esquina das Marechais

12h30 – 3º ato
Tema: Por soberania alimentar / contra o uso de agrotóxicos / justiça ambiental / as mulheres e os megaeventos
Local: Boca Maldita

Mais informações:
Hugo (41) 9885-0773, Pedro (41) 8835-4959 ou Riquieli (41) 9807-8324

Imagem: movimentos feministas na marcha de abertura do Fórum Social Temático. Porto Alegre, janeiro de 2012. Por Michele Torinelli.

CONVOCATÓRIA – Assembleia Soylocoporti 2012

quinta-feira, fevereiro 23rd, 2012

 

Soylocoporti – Pela Integração Latino-Americana

Pontão de Cultura Kuai Tema


CONVOCATÓRIA

 Curitiba, 23 de fevereiro de 2012

 

Prezados associados, prezadas associadas e demais convidadas e convidados,

Nos dias 23 e 24 de março o Coletivo Soylocoporti realizará sua 5ª Assembléia Geral Ordinária Estatutária. Ela ocorrerá no Salão Nobre da APP Sindicato – Sindicato dos Professores do Paraná, localizado na rua Voluntários da Pátria 475, 14o andar, bairro Centro, Curitiba – PR.

Com base no Estatuto Social do Coletivo Soylocoporti, entre os objetivos principais da Assembléia Geral Estatutária estão:

a) alterar o estatuto;

b) eleger o Conselho Diretor e o Conselho Fiscal;

c) aprovar as contas da associação;

d) deliberar as diretrizes políticas de atuação da entidade;

e) definir o planejamento de trabalho anual;

f) deliberar sobre Núcleos de Trabalho e Programas Estratégicos;

g) apreciar o parecer do Conselho Fiscal relativo à prestação de contas;

h) deliberar sobre inclusão ou exclusão de associados.


Também serão debatidos na Assembléia os seguintes temas:

a) conjuntura de Comunicação, Cultura e América Latina;

b) avaliação interna do Soylocoporti;

c) agenda política;

d) financiamento institucional, debate de prestação de serviço e contribuição financeira;

e) utilização dos prêmios;

f) Festival de Cultura;

g) outros temas pertinentes.

 

Convocamos as associadas e associados do Soylocoporti a participar da Assembléia, que será constituída “por todos os associados em pleno gozo de seus direitos estatutários, tendo direito a voto os associados efetivos”, conforme determina o estatuto da entidade. Lembramos que é dever dos associados efetivos participar da Assembléia, e qualquer ausência deve ser, portanto, justificada. Associados efetivos que deixarem de comparecer à Assembléia Geral ordinária por dois anos consecutivos sem justificativa por escrito podem ser desassociados.

A Assembléia Geral Ordinária e Estatutária se instalará às 18 horas do dia 23 de março de 2012 em primeira convocação com a presença da maioria absoluta dos (as) associados (as) e, em segunda convocação, meia hora depois, com um terço dos associados efetivos.

 

Atenciosamente,

Érico Massoli, representante jurídico, pelo Conselho Diretor.

O Conselho Diretor gestão 2011/2012 é composto por: Érico Massoli, Fábio Nunes, Gilberto Manea, Julia Basso, Marco Antônio Konopacki, Michele Torinelli.

 

Coletivo Soylocoporti

Rua Itupava, 1299 Cj 312 – Hugo Lange – Curitiba – PR

(41) 3092-0463 – contato@soylocoporti.org.br

http://www.soylocoporti.org.br

Para que todas as mídias sejam livres

terça-feira, fevereiro 14th, 2012

III Fórum de Mídia Livre aponta comunicação como pauta estratégica e transversal para as diversas lutas e convoca mobilização rumo à Rio +20

Abertura do III FML, que aconteceu nos dias 27 e 28 na Casa de Cultura Mário Quintana). Imagem: Fora do Eixo.

Porto Alegre, berço do Fórum Social Mundial (FSM), recebeu novamente o encontro por um outro mundo possível, dessa vez em sua versão regional e com o tema “crise capitalista, justiça social e ambiental”. Entre as várias atividades que tomaram a cidade no final de janeiro, o III Fórum de Mídia Livre (FML) foi palco para a troca de experiências de comunicação e a construção de estratégias comuns.

A programação contou com relatos e análises da Primavera Árabe, da luta pela libertação palestina, dos indignados de Espanha e da regulamentação da mídia no Brasil pós Conferência Nacional de Comunicação e na Argentina – onde a Lei dos Meios foi aprovada. Outro tema de debate foram as “redes em redes”, que partiu de experiências para chegar em perspectivas de apropriação conjunta de práticas e plataformas livres, que facilitem a conjunção das diferentes lutas por uma sociedade mais digna, justa e livre.

Apropriação tecnológica, direito à comunicação e políticas públicas de comunicação

O III FML organizou-se a partir desses três eixos complementares entre si. O primeiro abrange as práticas de comunicação e a queda da barreira entre emissor e receptor – mais do que nunca, todos produzem e recebem informação, e surgem remixes e hibridizações. O segundo trata da importância de trazermos à tona os diversos discursos sociais e de garantirmos seu reconhecimento, para que a pluralidade de nossa sociedade encontre espaço nos meios de comunicação e escapemos à ditadura do pensamento único. Já o eixo referente às políticas públicas aborda a necessidade da regulamentação da mídia no Brasil, onde temos um cenário assustador de monopólio da radiodifusão e de falta de transparência e participação social nos processos decisórios.

Os eixos se complementam porque não basta nos apropriarmos dos meios acessíveis, desenvolvermos novas linguagens e que a mobilização social aconteça de forma efetiva e horizontal se os artigos da Constituição Federal referentes à comunicação continuarem sendo ignorados e carecendo de regulamentação, mantendo a propriedade dos meios de comunicação de massa em poucas mãos. Mas também não é suficiente garantirmos a democratização da mídia se não houver mobilização, envolvimento e construção de discursos. Além disso, não podemos travar a luta pela democratização da comunicação sem ter como objetivo maior a construção desse outro mundo mais justo e digno, onde todos tenham voz.

É importante termos claros os princípios que nos unem e as práticas que podem consolidá-los. O marroquino Mohamed Legthas, do portal E-joussour, compartilhou a experiência em seu país, onde a apropriação das redes sociais teve relevância para a organização popular contra o regime, mas terminou sua fala com o seguinte questionamento: de que adianta derrubarmos governos, ou acamparmos em praças, se tais atitudes não contribuírem efetivamente para a consolidação dos anseios democráticos?

Como disse o sociólogo português Boaventura de Souza Santos, em outra atividade do Fórum Social Temático, “cuidado: o resultado pode ser pior, pode levar a uma nova forma de barbárie ou barbarismo. Queremos uma democracia real e participativa, mas como construí-la?”, provocou. (mais…)

Princípios para uma Rede Social do FSM

quinta-feira, janeiro 26th, 2012

Memória da reunião “Princípios para uma Rede Social do FSM”

Publicado originalmente na Ciranda (http://www.ciranda.net/porto-alegre-2012/forum-de-midia-livre-2012/article/memoria-da-reuniao-principios-para)

Aconteceu neste dia 25 de Janeiro no Instituto de Educação a reunião proposta pela Ciranda para construção de uma rede social livre do Fórum Social Mundial. A atividade procurou envolver coletivos de desenvolvimento e ativistas que pensam a comunicação do Fórum para tentar estabelecer parâmetros para construção de uma rede social e um protocolo aberto de integração que permita a interconexão das diversas redes utilizadas pelos movimentos sociais, organizações e ativistas.

Rita Freire, da Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada, relatou que existe uma demanda do Conselho Internacional para construçao de uma rede social do Fórum e que esta deve ser uma das prioridades para a nova fase do processo do FSM. Em seguida, Sérgio Amadeu, sóciologo e ativista pelo Software Livre e a neutralidade da rede, apresentou seu olhar sobre a conjuntura política da internet. Amadeu conta que a Internet é uma rede caótica e que muitas vezes a grande imprensa usa disso para construir uma imagem da internet análoga a uma selva e que, por isso, é preciso botar ordem através de controle.

No entanto, a internet é sim uma estrutura de grande controle técnico, pois é estruturada por uma complexa rede de protocolos. Niguém pode entrar na internet sem aceitar instalar os protocolos necessários para essa navegação. A internet é regida pelo protocolo TCP/IP.

Para Amadeu, existem dois grandes inimigos da internet: empresas de telecomunicações e industrias beneficiárias do copyright. As últimas tentam carregar de significado negativo a capacidade de compartilhamento e trocas que a internet proporcionou, o que para Sérgio é equivocado. A industria fonográfica chama de pirataria e tenta imputar a noção de crime grave pela trocas de arquivos e informações ditas “privadas”. No entanto, a analogia não se aplica, pois quando se reproduz um bem material que é regido pela lei da escassez e que a sua cópia não necessariamente é a reprodução identica do bem, para os dados digitais a cópia recria milhares de vezes a mesma obra e informação de forma identica numa lógica de abundância.

Por fim, Sérgio Amadeu apresentou a questão colocada sobre a proposta de lei estadunidense conhecida como SOPA (Stop Online Privacy Act – Ato para parar a pirataria online) e PIPA (PROTECT IP Act – Ato para proteção de IP). Sérgio faz uma analogia desta lei ao bloqueio econômico imposto a Cuba desde a década de 1960. Caso o SOPA e o PIPA passem no congresso estadunidense, as consequências do ato não se restringiriam só àquele país, mas produziria consequências globais. O SOPA prevê que empresas estadunidenses poderiam acionar a justiça contra qualquer site no mundo que reproduzir conteúdo com direitos autorais protegidos , produzindo embargos de trânsito de rede e acesso à rede para estes sites (sem prévio julgamento do mérito). Além disso, o ato prevê que as organizações que produzirem conteúdo “ilegal” seriam proibidas de manter relações comerciais com empresas com sede nos Estados Unidos. Neste sentido, é um bloqueio digital que se transforma num bloqueio econômico também.

As consequências disso seriam trágicas para a internet. Pensando que 70% dos dados da rede passam por backbones localizados nos EUA, isso quer dizer que se um site é bloqueado ou impedido de trafegar por estes backbones, eles também são limitados de operarem não só dentro dos Estados Unidos, mas em todo o mundo. Um pessoa que buscasse um site “ilegal” no google, por exemplo, teria seu resultado para este site negado, pois o google seria obrigado a bloqueá-lo e ocultá-lo por consequência dessa lei. Para não ficarmos vulneráveis a legislações externas, a infraestrutura continua sendo o grande problema. Dependemos da infraestrutura de rede e quem controla a infra-estrutura pode controlar o tráfego, imputando vários pedágios na via. Por isso a importância de se lutar pela neutralidade da rede.

Após as explanações seguiu-se um amplo debate sobre a construção de uma alternativa livre para implementar uma rede social dos atores em torno do FSM. Seguem alguns pontos levantados no debate:

  • As grandes corporações manipulam informações, restringindo o acesso ou cedendo-as para terceiros a partir de interesses privados. Por isso é importante construir nossas redes e sermos soberanos no uso de nossas próprias informações;
  • Infraestrutura se resolve com controle público, e aí existe uma disputa política. É preciso controlar as grandes corporaçõess. A ONU não discute o poder das grandes corporações;
  • O conceito de redes federadas apresentada pela Colivre é uma alternativa para constituir a unidade na articulação e as diversas redes dos movimentos passarem a falar uma mesma língua e compartilhar informações entre elas. Para isso, é importante constituir um pacto de regras para o compartilhamento de informaçoes e a definição de protocolos de comunicação que permitam a fácil integração computacional entre as diversas redes. Um exemplo citado para isso é a ostatus.net;
  • A Colivre apresentou uma sugestão de rede social para o FSM disponível em fsm.colivre.net baseada no Noosfero;
  • Chamou-se a atenção para três desafios para se constituir uma rede social do Fórum: o desafio tecnológico, relativo a consenso de padrões tecnológicos para integração e uma solução que atenda às demandas; o desafio cultural, que diz respeito ao convencimento do uso dessa ferramenta como prioridade, substituindo formas convencionais de comunicação e articulação; e o desafio pedagógico, que diz respeito a esses atores aprenderem e se apropriarem da ferramenta e difundirem o conhecimento de uso;
  • É importante distribuir as redes federadas de forma que a rede busque o retorno às unidades computacionais mínimas. Como exemplo, foi citado o modelo do e-mail como o serviço federado mais popular do mundo. Este serviço é constituído por milhões de servidores espalhados pelo planeta e poderia ser, inclusive, instalado na casa das pessoas. Ele não trabalha num modelo de centralização, mas de distribuição, e é justamente isso que o torna tão eficiente. A constituição de uma rede social federada teria também o desafio de replicar o recurso na sua mínima unidade;
  • A ethymos apresentou sua proposta em fase final de desenvolvimento que é o Delibera. Um instrumento para facilitar os processos de discussão e deliberação dentro das organizações sociais e que pretende substituir o modelo de discussão com base em listas de email. A ethymos entende que é mais importante o fortalecimento da comunicação das e entre as organizações do que a criação de uma nova rede social.

No encerramento da atividade, tivemos a contribuição de Francisco Whitaker, arquiteto e ativista social presente na construção do FSM desde a sua primeira edição, que expôs a comunicação e o envolvimento de cada vez mais atores no processo do fórum, como o grande desafio do FSM para a próxima edição. Para expor sua analogia, Whitaker citou uma frase recorrente nos protestos de Nova York que diziam “nós [o povo] somos 99%, vocês [os ricos] são 1%”. Como muitas vezes acabamos falando para nós mesmos e criando círculos que têm muita dificuldade para permitir a adesão de cada vez mais pessoas, muitas vezes nós, atores de um outro mundo possível, acabamos sendo outro 1% e não os 99%. Se pensarmos na maior manifestação da história, no dia de lutas contra a guerra no dia 15 de fevereiro e 2003, que reuniu 15 milhões em todo o mundo, ainda assim não alcançamo o número de 1% da população mundial. Dos demais 98% uma parte nao consegue nem falar: 40% por causa de fome e uma parte porque está satisfeita com a vida como ela está, outra parte não tem acesso a estruturas para se fazer ouvir. É preciso lutar para que cada vez mais pessoas tenham acesso às ferramentas de comunicação para se expressar, mas que estas também tenham acesso para poder ter conhecimento sobre tudo aquilo que nos pôs engajados para a luta social.

Nós estamos sempre fechados em nossos grupos, não dialogamos com as otras pessoas. Precisamos contar para essas pessoas o que nos contaram, o que nos fez engajarar-nos nas lutas que defendemos, na ação de transformação do mundo. Criar redes de internet pra conversarmos entre nós, não vai mudar nada. As novas redes sociais que o processo do Fórum venha a fomentar devem inventar novas formas de falar para cada vez mais pessoas, e incluir cada vez mais atores no processo de construção de um outro mundo possível.

Convidamos todos e todas a colaborarem com o documento que está sendo acumulado através dos debates no Fórum Social Temático e que deve se estender para Fórum de Mídia Livre que acontece nesta sexta e sábado na Casa de Cultura Mário Quintana em Porto Alegre (sobre esse tema específico o FML reservou uma mesa de discussão na sexta às 17h). O link para o documento que está sendo preparado está disponível em http://pontaopad.me/documento-redes…

Programa Cultura Viva inspira políticas culturais na América Latina

quinta-feira, janeiro 26th, 2012

I Encontro Mundial das Redes dos Pontos de Cultura e Rede Sem Fronteiras acontece em Canoas durante o Fórum Social Temático

Texto por Rachel Bragatto e imagens por Michele Torinelli

Com o objetivo de debater a internacionalização e o intercâmbio entre os pontos de cultura, foi realizado nessa quarta-feira (25) o I Encontro Mundial das Redes dos Pontos de Cultura e Rede Sem Fronteiras. Na atividade, que reuniu cerca de cem pessoas, estavam presentes representantes governamentais e de organizações culturais do Brasil, Colômbia, Costa Rica, Paraguai, Nicarágua, Uruguai e Argentina.


Ponteiros participam do debate

Iniciativa pioneira do Ministério da Cultura brasileiro, o Programa Cultura Viva, do qual fazem parte os Pontos de Cultura, representou uma ruptura com os antigos padrões de financiamento da área cultural. O governo passou a incentivar o trabalho de organizações e entidades civis, contribuindo para dar visibilidade à pluralidade e diversidade da cultura brasileira. Por meio da descentralização de recursos e empoderamento da sociedade, os fazedores de cultura tornaram-se articuladores e protagonistas de parte da política cultural nacional. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), os pontos de cultura reúnem hoje cerca de 8 milhões de pessoas em torno de suas iniciativas.

O modelo brasileiro influenciou e inspirou os vizinhos latino-americanos. Hoje, nove outros países do continente estão iniciando o processo de constituição de pontos de cultura e investindo na formação das suas redes. A Argentina, por exemplo, já conta com 98 experiências em curso e em Medelin, na Colômbia, foi recém-aprovada uma lei que cria e regulamenta os Pontos de Cultura.


Jorge Cardona, representante da Plataforma Puente de Medelin

Para o colombiano Jorge Cardona, representante da Plataforma Puente, é fundamental articular as iniciativas do continente para avançar na constituição de políticas culturais fortes e mobilizadas. Nesse sentido, Cardona propôs uma agenda de compromissos aos participantes que inclui a realização de atos concomitantes em diversos países; a proposição aos governos de um programa de cooperação cultural sulamericana e o mapeamento das iniciativas em voga nos países.

Na Costa Rica está em curso o debate sobre o novo Plano Nacional de Cultura, sendo que os pontos fazem parte desse projeto. “Até o momento o país conta com apenas um ponto de cultura em funcionamento sendo essa troca de experiências fundamental para que fortaleçamos laços e cresçamos juntos”, afirmou Rodrigo Martinez, representante do Colectivo 8 Redemolinos, de San José.


Rodrigo Martinez do Colectivo 8 Redemolinos, da Costa Rica

Além dos debates, a atividade contou com grupos de trabalho, responsáveis por elaborar propostas para uma agenda comum da Rede Mundial dos Pontos de Cultura. O documento deve estabelecer critérios e posicionamentos do movimento para a Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental, que ocorre no Rio de Janeiro em junho, encontro transversal à Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20.

Preocupações com a situação brasileira do programa Cultura Viva

Porém, nem tudo são flores no que se refere à situação brasileira. Assim como vem ocorrendo em diversos encontros dos fazedores de cultura, houve críticas à atual gestão sendo pontuadas desde questões orçamentárias até as próprias exigências legais do modelo de convênio.

Conforme Célio Turino, considerado um dos idealizadores do Programa Cultura Viva, é central que se discuta e aprimore o marco legal do programa de forma a estimular a autonomia dos atores e a quebra de hierarquias. “Esse marco não nos cabe e não devemos fazer com que os pontos se adaptem a ele. Precisamos modificá-lo para que ele se adapte à realidade dos pontos”, afirmou sob aplausos.